Segunda, 20 De Janeiro De 2025
       
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Novembro azul sincero


Publicado em 09 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Só um dedinho. (Divulgação)

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Antônio Fagundes, quem diria, largou a canastrice global de mão, de olho no buraco dos outros. Em esquete da produtora Porta dos Fundos, o ator encarna um personagem hilário,inesperado, desbocado, decente.
Sem as caras e bocas do repertório dramático mais caro aos folhetins da televisão, Fagundes surpreende. Ele adota a inflexão gaiata de uma pornochanchada, a fim de alertar a cuecada de plantão sobre a letalidade do câncer de próstata. E recomenda o temido exame de toque, com vocabulário rasgado.
Antônio Fagundes, as senhoras fissuradas na novela das oito garantem, é um verdadeiro gentleman, um galã, um desses homens irreais de tão finos, sensíveis, educados. Aqui, no entanto, ele resvala no humor mais rasteiro, fala a língua de toda a gente.
O choque entre a figura pública de Antônio Fagundes, uma construção de décadas, e o personagem do homem médio contemporâneo, a verdadeira força cômica por trás do número da produtora Porta dos Fundos, serve a uma causa das mais relevantes. O machismo derivado da ignorância mata. E não apenas mulheres.
A cada 38 minutos, um macho burro morre por câncer de próstata no país. “Logo, deixar um profissional cutucar o seu butico é a melhor escolha para uma vida saudável”, Fagundes garante.
Ou, em apertada síntese: “Morrer de câncer, sim, é tomar no cu de verdade”.
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