Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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O canto livre de Antônio Teles


Publicado em 11 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se


Retrato de uma época (Divulgação)

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
 
Henrique Teles, aqui sempre evocado em  função do trabalho autoral realizado com a banda Maria Scombona, é também um filho orgulhoso do seresteiro Antonio Teles. Assim, as lacunas rasgadas na memória da noite sergipana o ferem e o ofendem pessoalmente.
O legado de um artista, no entanto, ultrapassa os laços de sangue. Esta é uma herança compartilhada com uma população inteira.
Os cabarés, as serestas, o beco dos cocos, a boemiaserigy, em suma, tudo isso éHistória, mas carece de registro. Virado em arqueólogo, a sua mais nova faceta, às voltas com jornais do século passado e rolos de fita K7, Henrique Teles está empenhado em resgatar a voz da noite sergipana, a bem da aldeia inteira.
 
A época de ouro da boemia sergipana – A época de ouro da boemia e seresta aracajuana será revivida neste sábado, 11, a partir das 20h, no Café da Gente Gastronomia (anexo ao Museu da Gente Sergipana). Além de apresentar as clássicas e sentimentais canções do gênero, o show marca o lançamento do projeto “Antônio Teles e a  Boemia Aracajuana”, em homenagem ao seresteiro que, com sua voz, marcou as noites, serenatas ao luar, a TV e o rádio sergipano. 
O repertório será apresentado pelo Grupo Brasileiríssimo, com participações especiais nas belas vozes de Paulo Leal, Silvina e Paulo Teles – irmão do homenageado.
Durante o show, será lançada a campanha idealizada por seu filho e também músico Henrique Teles (Maria Scombona, trio Crav&roza). O projeto prevê o tão esperado primeiro disco do seresteiro, que ele não pôde lançar em vida. Intitulado “Meu Canto é Livre”, o álbum terá a voz original de Antônio Teles, extraída de antigos registros, com novos arranjos feitos pelo maestro James Bertisch, com base instrumental do Grupo Brasileiríssimo. 
Uma longa espera que valeu a pena: “Durante quase 40 anos guardei uma fita K7 e os vídeos deixados por Antônio Teles com o sonho de um dia transformar aquilo em álbum”, conta o filho.
O projeto também prevê a produção de documentário sobre a vida do músico e a história boêmia de Aracaju à época, com o surgimento do rádio, segmento em que Antônio Teles teve grande notoriedade, e da TV. 
“Paralelo à gravação do disco, juntamos todo o material histórico, com pesquisas e entrevistas para o documentário, retratando a sua história, que se confunde com a própria história do rádio sergipano, onde Antônio Teles atuou por longo período. E também registros históricos do seu programa TeleSaudade, na TV Aperipê, com nomes consagrados da música, como Djalma, João Melo, Carnera, Luiz Ouro e outros”, completa Henrique Teles.
 
O show – O Grupo Brasileiríssimo apresentará ao público belas interpretações de chorinho, seresta e bolero. No repertório, clássicas canções como “Naquela Mesa”, “As rosas não falam”, “Começaria tudo outra vez”, “Quando eu me chamar saudade”, “Odeon”, “Tico tico no fubá” e “Brasileirinho”. A noite contará com participações especiais do médico e músico Paulo Leal e da cantora Silvina.
Outra participação especial será do irmão de Antônio Teles, Paulo Teles, que entoará canções com sua voz tão forte quanto a própria família Teles. Todas as músicas serão executadas pelo Grupo Brasileiríssimo, formado por Helder Batata no pandeiro, Fernando Freitas no Bandolim, Felipe Freitas no Clarinete, Barata do Cavaquinho no cavaquinho e Manoel Neto no violão de sete cordas.
 
Antônio Teles – A noite de homenagens e celebração, vem rememorar a importante trajetória e contribuição de Antônio Teles para a música popular local. Antônio Teles deixou sua marca em todos os bairros e estratos sociais de Aracaju, sendo um artista singular e um símbolo de uma era da boemia sergipana. Com uma voz inesquecível, interpretações cativantes e notável talento como multi-instrumentista, Antônio Teles cativou o público sergipano.
Filho de maestro, Antônio Teles nasceu em 1935 e cresceu entre irmãos cantores e instrumentistas. Adolescente, já em Aracaju, Antônio teve sucesso com a chegada do rádio em Sergipe, ganhando posição de destaque em programas radiofônicos pela beleza da sua voz. 
Em 1985, já na TV Aperipê, Antônio comandou o programa TeleSaudade com interpretações de canções memoráveis. Em 1986, Antônio Teles deixava família e amigos com saudades, partindo jovem, aos 51 anos, mas permanecendo vivo na memória de várias gerações. O álbum e o projeto chegam para eternizar a voz e a história desse talentoso sergipano.
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