Sempre bonito.(Divulgação)
A delicadeza cortante de Tori
Publicado em 23 de novembro de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Algumas vozes cativam. Desde quando ouvi a menina Tori defender ‘La vieen gole’, uma canção autoral, há um bom par de anos, reconheço-me atado à delicadeza cortante da artista.
De lá para cá, ela cresceu e apareceu, amadureceu um bocado. Reuniu músicos, músicas, lançou discos – cada um melhor do que o outro. Jamais me recuperei, entretanto, daquele primeiro contato. A canção tinha algo de ingênua. Nem por isso soava boba, descartável.
A menina daquele primeiro suspiro é hoje mulher feita, assina uma discografia mais ou menos robusta, até sofisticada. Lançado há pouco, ‘Descese’, por exemplo, tem uma atmosfera cool que funciona ainda melhor em contraste com o lirismo denso das composições. Cada palavra pronunciada tem o seu lugar certo na tessitura dos sentidos evocados pelo arranjo. O álbum, reunião de dois EP’s, flui plácido. Mas parece ter sido gestado nas entranhas de Tori, versa sobre profundezas com profundidade.
Compartilho aqui as minhas impressões de modo tão apressado sob o pretexto de informar eventuais desavisados: 24 de novembro, Tori empunha o violão na Reciclaria (em frente ao Aeroporto). Nua com a própria música. Ela, o violão, mais Toro e um baixo. A julgar por aparições pregressas da moça na terrinha, há de ser bonito, como sempre.