Antônio Teles marcou as noites, a TV e o rádio sergipano (Arquivo)
O canto livre de Antônio Teles
Publicado em 25 de janeiro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
Henrique Teles, aqui sempre evocado em função do trabalho autoral realizado com a banda Maria Scombona, é também um filho orgulhoso do seresteiro Antonio Teles. Assim, as lacunas rasgadas na memória da noite sergipana o ferem e o ofendem pessoalmente.
Henrique fala por si mesmo. O legado de um artista, no entanto, ultrapassa os laços de sangue. Esta é uma herança compartilhada com uma população inteira.
Os cabarés, as serestas, o beco dos cocos, a boemia serigy, em suma, tudo isso é História, mas carece de registro. Virado em arqueólogo, a sua mais nova faceta, às voltas com jornais do século passado e rolos de fita K7, Henrique Teles está empenhado em resgatar a voz da noite sergipana, a bem da aldeia inteira.
Antônio Teles e a boemia aracajuana – A época de ouro da boemia e seresta aracajuana será revivida nesta sexta-feira, 26, a partir das 20h, no Café da Gente Gastronomia (anexo ao Museu da Gente Sergipana). Além de apresentar as clássicas e sentimentais canções do gênero, o show concretiza a segunda edição do projeto “Antônio Teles e a Boemia Aracajuana”, em homenagem ao seresteiro que, com sua voz, marcou as noites, a TV e o rádio sergipano.
O repertório mais uma vez será apresentado pelo Grupo Brasileiríssimo, com diversas participações especiais.
O projeto pretende culminar no lançamento do tão esperado primeiro disco do seresteiro, que ele não pôde lançar em vida. Intitulado “Meu Canto é Livre”, o álbum terá a voz original de Antônio Teles, extraída de antigos registros, com novos arranjos feitos pelo maestro James Bertisch, com base instrumental do Grupo Brasileiríssimo.
Uma longa espera que valeu a pena: “Durante quase 40 anos guardei uma fita K7 e os vídeos deixados por Antônio Teles com o sonho de um dia transformar aquilo em álbum”, conta o filho.