Terça, 08 De Abril De 2025
       
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Combate ao Suicídio


Publicado em 27 de julho de 2024
Por Jornal Do Dia Se


A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou informações sobe um estudo recente publicado na revista “The Lancet” que revela que a restrição do acesso a pesticidas e armas de fogo altamente perigosos poderia evitar mais de 120 mil mortes por suicídio na região das Américas em um período de 10 anos. Esta informação é relevante para abordarmos um tema que em muitas ocasiões parece invisível, mas que merece muita atenção por parte da sociedade.
O estudo que a revista The Lancet divulgou foi realizado em colaboração com especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do Centro de Dependência e Saúde Mental do Canadá.
Segundo informações da ONU, todos os anos, mais de 700.000 pessoas perdem a vida por suicídio, a quarta principal causa de mortalidade entre pessoas com idades entre os 15 e os 29 anos e a terceira entre as mulheres com idades entre os 15 e os 19 anos.
É relevante destacar que qualquer morte por suicídio é um fato extremamente triste. É extremamente doloroso para os familiares e amigos próximos que não conseguem entender o motivo do ocorrido. Inevitavelmente, a sua tristeza multiplica-se à medida que se perguntam o que poderiam ter feito para evitar a morte prematura.
Um ponto de atenção pelos resultados apresentado é o de que, se as restrições ao acesso a armas de fogo ou pesticidas fossem aplicadas em países onde elas respondem por 40% ou mais dos suicídios, a taxa de mortalidade poderia ser reduzida em mais de 20% entre homens e 11% entre mulheres até 2030.
A situação é séria, pois o estudo aponta que anualmente, quase 100 mil vidas são perdidas para o suicídio nas Américas e, ao contrário de outras regiões, a taxa de mortalidade por esta causa aumentou nos últimos anos. Assim, temos que referendar a afirmação do diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS “o suicídio é evitável e cada vida perdida é arrasadora”.
Segundo o estudo, nos Estados Unidos, onde as armas de fogo foram responsáveis por mais de 40% das mortes por suicídio no mesmo ano, a implementação de restrições direcionadas deve levar a um declínio acentuado nas taxas de suicídio na próxima década. O estudo conclui que a implementação efetiva de medidas para restringir o acesso a pesticidas e armas de fogo poderia evitar a perda de mais de 123 mil vidas em toda a região das Américas.
Existe uma meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) em reduzir a taxa de mortalidade por suicídio em um terço até o ano de 2030, por conta disso, os pesquisadores responsáveis pelo estudo estão pedindo colaboração multissetorial para implementar essas intervenções baseadas em evidências para cumprir a referida meta da OMS. Registre-se que a taxa de mortalidade por suicídio também é um indicador da meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
No Brasil existem diversos estudos sobre o tema, onde os cientistas apontam que é necessário proteger os jovens, bem como, a efetividade de políticas públicas de saúde voltadas exclusivamente para a população jovem para o desenvolvimento individual e coletivo da sociedade, pois diversos estudos revelaram que a tendência de suicídio entre os jovens no Brasil já vinha crescendo e acelerou mais ainda no período da pandemia.
Cabe registrar que a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano no Brasil entre os anos de 2011 e 2022, e as taxas e notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos, aumentaram 29%, a cada ano nesse mesmo período.
O suicídio se junta a um grupo de doenças reconhecidas como mortes por desespero – aquelas que têm um padrão diferente da mortalidade geral e ele precisa de prevenção urgente.
A questão do suicídio envolve jovens e diversas outras faixas etária, bem como questões de gênero, a exemplo do que divulgou recentemente o Ministério da Saúde ao citar a OMS e apontar que está ocorrendo maiores taxas de suicídio entre os homens, especificamente por conta das expectativas sociais em relação aos homens, como: serem provedores de suas famílias; terem condutas de risco; serem sexualmente dominantes; evitarem discutir suas emoções ou procurar ajuda. Destaque-se que o suicídio é um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que os países tomem medidas para prevenir o suicídio, de preferência por meio de uma estratégia nacional abrangente de prevenção ao suicídio. E como contribuição, lançou um guia denominado de Viver a Vida, que serve para ser utilizado para prevenção dos suicídios em diversos países, trata-se de um documento de 147 páginas com diversas orientações sobre prevenção ao suicídio.
No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.
Ressalto que o suicídio é algo que pode ser evitado e existem ferramentas para reduzir de forma significativa esta via trágica de perda da vida.

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