COMO ANDAM AS NARRATIVAS TORTAS ENCOBRINDO AS VERDADES

* Rômulo Rodrigues

As narrativas diárias das vertentes do partido midiático continuam na velha balada de produzir opiniões publicadas com os nítidos interesses de chamá-las com rotulação de opinião pública.
Aprimoram-se nas invenções de verdades e seguem a velha lógica de que conseguem manter a boiada sob o controle do berrante e, não percebem, ou fingem não perceber que já reúnem tanta gente como outrora para aplaudirem seus desvarios.
Para eles, bastam sempre as esfarrapadas perguntas; e a Venezuela? Pois não é que, de tanto usarem o cachimbo, em vez de charuto de Cuba, estão ficando com as bocas tortas?
E, as bocas entortaram de vez, com a fuga do agente da CIA Edmundo Gonzalez, a quem faltou coragem as consequências da sua irresponsabilidade em seu próprio país.
Os pistoleiros ideológicos, porta-vozes do baronato da mídia o estão transformando em herói e aproveitam para passar pano nos escândalos do seu queridinho do agronegócio e da baboseira sertaneja e falam horas por dia da tirania de Nicolás Maduro.
Prestariam um grande serviço ao jornalismo se refrescassem as memórias mostrando que Lula sofreu uma das maiores perseguições políticas registrada na história e, nem por isso, aproveitou as inúmeras ofertas de asilo político que lhe foram oferecidas.
E eles, o que fazem todo dia, toda tarde e toda noite? Simplesmente tratam como herói, um traidor da pátria que agiu como fazem os traidores: fugiu, escafedeu-se e foi se esconder na Espanha.
O que fica na história? Os registros de que com seu jeito e estilo duro o presidente da Venezuela está vencendo a batalha pelo placar de dois a zero sobre o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
Primeiro foi a resistência e vitória sobre a investida do império com Juan Guaidó.
Agora, a corrida de campo do miliciano da Cia Edmundo Gonzalez, que só comprova que o que alimenta o Partido Midiático é o fascismo estrutural produzido pelo ódio de classe que surge e se perpetua em forma de mentiras.
Como contraponto ao que publica a mídia golpista, o governo da Venezuela vai doar 10 mil hectares de terras agricultáveis ao Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra, para desenvolver produção agroecológica e culturas de milho, feijão e soja, totalmente livres dos venenos dos agrotóxicos, no Estado de Bolivar.
O MST produz alimentos orgânicos e isso não requer fazer queimadas, enquanto o agronegócio produz soja, cana de açúcar que provocam incêndios premeditados e criminosos que destroem o ecossistema e o meio ambiente.
Mesmo com todos os disfarces das notícias para encobrir que aconteceram pagamentos a pobres coitados para tocarem fogo em pastagens à beira de rodovias e estradas vicinais, está cada vez mais evidente que a enxurrada de focos de incêndios têm as mãos venenosas e destruidoras dos barões do agronegócio que, mesmo assim, fazem barulho e querem vultosa somas dos seguros e do governo federal.
Não existe acaso quando se vê o que a Amazônia já sofreu como protagonista de 51,3% dos focos e o cerrado com 37,1% até o momento, deixando o crime organizado do agro e da música ruim como suspeitos.
Passando pano sobre tudo que provocam de ruim por aqui, os jornalões tratam a eleição estadunidense, onde pode acontecer, como já aconteceu, de o menos votado ser declarado vencedor, do jeito que está sendo na França, como se lá fosse a capital do império e aqui uma simples província.
Não sabem, ou fingem não saber, que há novas rotas de desenvolvimento mundo afora e que o preço pago por fomentar e apoiar guerras em busca de se apoderar de jazidas de Petróleo, Gás e outra riquezas vão trazer uma realidade que estão fechando os olhos e pensam estar isentos.
O sintoma mais real do momento é que as transações comercias globais como a moeda chinesa já bateu o Euro e está para bater o Dólar e, somando ao fato de que a Turquia quer aderir ao BRICS, novos tempos virão.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político