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Pedras a esmo
Publicado em 10 de outubro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
O uso inadequado de pedras para impedir o avanço do mar na faixa de areia acelerou o processo de erosão
O avanço do mar, associado à ocupação desordenada do litoral sergipano, vem tomando um bom pedaço de nossas praias. Aterros, invasões, quebra-mares, construções irregulares, podem até não produzir reflexos imediatos, mas não demoram a produzir efeitos deletérios logo adiante.
Não se menciona aqui as impressões de um observador leigo, embora as consequências do avanço do mar se mostrem a olho nu. Pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe alertam sobre os efeitos da erosão costeira na Praia do Saco sobre todo o meio ambiente sergipano.
A erosão costeira na Praia do Saco, município de Estância, no litoral sul de Sergipe, fez as águas do Rio Piauí avançarem 130 metros sobre a própria margem nos últimos 10 anos. Segundo pesquisadores do Laboratório de Progeologia da UFS as consequências podem ser as mais graves. O aumento da força da água já provocou o desmoronamento de uma residência na foz do rio, erguida em Área de Preservação Permanente.
Quase 70 km do litoral de Sergipe apresentam erosão moderada ou intensa. O uso inadequado de pedras para impedir o avanço do mar na faixa de areia acelerou o processo de erosão. Segundo pesquisadores da UFS, o quebra-mar acaba empurrando a energia das ondas do mar para a foz do rio Piauí.
Uma casa já desabou por força da erosão. Ruína maior, entretanto, ainda vem por aí.