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As favelas de Aracaju
Publicado em 09 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Em Aracaju, onde a população de baixa foi empurrada para as beiras da cidade, 17% da população mora em favelas
Os dados de saneamento básico são os que melhor traduzem a desigualdade entre os brasileiros. A população na base da pirâmide social vive em condições subumanas, sem água encanada, sem energia elétrica, sem coleta de lixo, em ruas sem calçamento, com esgoto correndo a céu aberto, em verdadeiras favelas. Infelizmente, políticas de habitação, uma responsabilidade do ente municipal, são raras.
O Brasil é um país marcado por um déficit habitacional estimado em quase 8 milhões de unidades, em cálculo da Fundação Getúlio Vargas. Nas cidades de grande e até de médio porte, marcadas por um crescimento desordenado, as habitações improvisadas de grandes contingentes populacionais foram naturalizadas, incorporadas à paisagem urbana.
O Brasil tem 16 milhões de cidadãos com residência em favelas e comunidades urbanas. Isso representa 8,1% do total de 203 milhões de habitantes no país, ou seja, de cada 100 pessoas, oito vivem nesses locais. Os dados fazem parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa apontou que há 12.348 favelas em 656 municípios Brasil afora.
Em Aracaju, onde a população de baixa foi empurrada para as beiras da cidade, 17% da população mora em favelas. Sim, nós as temos. É para esse contingente imenso de cidadãos que a Prefeitura da capital sergipana tem de olhar, se quiser enfrentar a desigualdade e promover justiça social, como todos os candidatos juraram fazer durante a campanha eleitoral mais recente.
A conferir. Como se nota, o problema não será resolvido de um dia para a noite, tem dimensões gigantescas.