Arte afro-brasileira(Adriana Hagenbeck)
A arte do sergipano Éverton Santos
Publicado em 23 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
A Çiriji e o Espaço Humanos apresentam a exposição AMPRETUDE, do artista Éverton Santos, que ocupa a sala de estar do casarão onde está localizada a casa cultural temporária, no Beco do Amparo, centro histórico de São Cristóvão, até o dia 14 de novembro.
Éverton Santos trabalha com pintura e escultura em torno de suas histórias e de referências afro-brasileiras. Com 22 obras, a exposição concentra uma parcela significativa de sua produção, como os retratos, autorretratos, as ‘figuras’ e dois tributos.
“Meus trabalhos falam muito da minha vida. É possível me ver de várias maneiras neles” comenta o artista.
A curadoria da mostra aposta em tornar nossos limitados olhares mais amplos. “O ‘epistemicídio sistêmico’ nunca o limitou, pelo contrário, serviu como munição para insistir na sua arte de pureza preta, usada para ampliar sua negritude, e não o deixar à margem de sua própria história. Temos muito o que aprender com a AMPRETUDE de Éverton”.
A AMPRETUDE também remete ao diálogo proposto pelos artistas tecnológicos Evandro FireHeart, CEO da Manguezal Games, e Ricardo Luís, Diretor ARdu, por meio de tecnologia da realidade mista, que acontecerá durante o festival de Artes de São Cristóvão (FASC), provando que uma nova linguagem não torna a outra obsoleta, pelo contrário, amplia.
A realização da exposição é uma parceria entre a plataforma Çiriji, que tem como foco a arte, moda, design e artesanato de Sergipe, e o Espaço Humanos, uma proposta cultural independente de luta para dignificar as relações e a vida em comunidade, praticando, no coletivo, o caminho para a celebração das múltiplas linguagens artísticas.
A exposição é mais um ato para posicionar o artista Éverton Santos como um dos grandes representantes da arte afro-brasileira do país.
O artista – Éverton Santos é aracajuano da Maloca e autodidata. Em 1969, participou da mostra Pintores Sergipanos na Galeria Álvaro Santos, iniciando uma série de exposições pelo Brasil, principalmente em Sergipe e na Bahia, onde morou por uns anos. Lá, em Cachoeira, foi fundador do Grupo dos Quatro de Arte Contemporânea.
Em 1988, participou da exposição internacional “A influência da Cultura Africana nas Artes Visuais” no MAM de Salvador, na qual também expuseram Caribé, Mestre Didi, Rubem Valentim, entre outros.