ONTEM OS POLICIAIS ACUSADOS PELO ASSASSINATO COMEÇARAM A SER OUVIDOS (Divulgação/TRF5)
Sentença do caso Genivaldo deve sair em 24 horas
Publicado em 05 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Deve ser anunciada nas próximas 24 horas, a decisão do júri popular que analisa a morte de Genivaldo de Jesus Santos, morto em 25 de maio de 2022 durante abordagem realizada pelos ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, acusados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado. Conforme amplamente destacado pelo JORNAL DO DIA – com base na constatação apresentada por peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública -, a vítima, de 38 anos, morreu asfixiado. Houve encaminhamento para unidade hospitalar, mas sem sucesso. Durante a manhã e tarde de ontem foram ouvidos os peritos escalados para investigar as causas da morte.
Realizado no Fórum Ministro Heitor de Souza, no município de Estância, a 32 km de Umbaúba, o julgamento é presidido pelo juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe. No nono dia de julgamento, após mais de 20 depoimentos prestados por testemunhas, William Noia foi o primeiro réu a se direcionar ao centro do fórum e prestar depoimento; Paulo Rodolpho e Kleber Nascimento devem concluir os respectivos depoimentos até o final da tarde de hoje. Nesta quarta-feira, antes de Noia ter sido convocado a responder as perguntas – fato ocorrido às 17h45 -, por volta das 8h30 um psiquiatra forense convocado pela defesa de Paulo Rodolpho também se acomodou ao centro e foi submetido a interrogatório que durou mais de seis horas.
A cronologia dos fatos mostra que o policial William Noia aparece pedindo para que Genivaldo colocasse as mãos na cabeça. Momento em que a vítima obedece às ordens, mas, sem apresentar qualquer reação, recebe um jato de spray de pimenta no rosto. Logo em seguida o policial Kleber Nascimento Freitas dispara spray de pimenta pelo menos cinco vezes enquanto Genivaldo alegava não estar fazendo nada além do exigido. A ação continuou no chão, quando ambos os policiais pressionaram o pescoço e o peito de Genivaldo com os joelhos. Após ser colocado no porta-malas da viatura, o policial Paulo Rodolpho Lima depositou uma granada de gás lacrimogêneo no compartimento traseiro da viatura enquanto Paulo Rodolpho e William seguraram a porta.
Presos desde o dia 14 de outubro de 2022 após a Justiça Federal acatar a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), inicialmente os réus foram encaminhados para o Presídio Militar de Sergipe; a decisão foi assinada pelo magistrado Rafael Soares Souza – titular da 7ª Vara Federal, Subseção Judiciária de Estância. Na época, o juiz destacou no texto que a custódia cautelar tinha por objetivo garantir a ordem pública e instrução do processo. Ainda segundo a nota, os policiais passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), além de audiência de custódia e, depois, foram encaminhados para o presídio. Também em 2022 o Ministério da Justiça e Segurança Pública oficializou a exoneração dos três agentes. (MAJ)