Terça, 24 De Dezembro De 2024
       
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Após depoimentos, júri se prepara para definir sentenças de PRFs


Publicado em 06 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


O júri dos acusados pela morte de Genivaldo será encerrado hoje (Ascom/TRF5)

Milton Alves Júnior

 

A Justiça Federal pode oficializar nas próximas horas o veredito sobre o destino dos três ex-agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), envolvidos na abordagem e morte de Genivaldo de Jesus Santos, ocorrida em 25 de maio de 2022. Conforme destacado pelo JORNAL DO DIA desde o mês de junho daquele ano – após o portal Intercept Brasil ter revelado com exclusividade -, toda a ação foi protagonizada por Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia; todos, acusados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado. No primeiro momento outros dois agentes foram indiciados, mas posteriormente ficou constatado que ambos não compunham a equipe, apenas estavam lotados na base enquanto o trio realizavam a abordagem.
Após depoimento de William Noia – realizado na última quarta-feira (4), no início da manhã de ontem foi a vez de Paulo Rodolpho ser submetido ao interrogatório. Em um dos momentos, o réu disse que em circunstância alguma tinha o propósito de causar morte e sim de conter Genivaldo. Ele também falou sobre a cronologia dos fatos, coincidindo com as informações destacadas pelo JD nestes dez dias de júri popular. No momento em que viram Genivaldo sem capacete, William foi abordá-lo, e ele foi para outra abordagem a motociclista. Durante essa abordagem, recebeu o chamado de William. Quando se aproximou, William já estava no chão, em contato corporal com tentativa de contenção numa “situação crítica”, segundo ele.
Diante da impossibilidade de contenção de Genivaldo, Rodolpho confirmou que utilizou a granada de gás lacrimogênio sem que houvesse aviso prévio aos ex-colegas de farda. Na quarta-feira, sem responder as perguntas feitas pelo Ministério Público Federal, Noia alegou que sobre a utilização da bomba de gás lacrimogênio durante a ação policial, só teria percebido após ter sido acionada por Paulo. No decorrer das sete horas de depoimento, Paulo Rodolpho alegou ainda que era submetido a carga trabalhista extensa, ao compor o grupo de motociclismo tático, onde havia uma rotina diferenciada, com turnos de doze horas, três plantões por semana. Dois dias antes – 23 de maio -, uma abordagem truculenta já havia sido notificada.
Realizado no Fórum Ministro Heitor de Souza, no município de Estância, a 32 km de Umbaúba, o julgamento é presidido pelo juiz federal Rafael Soares Souza, da 7ª Vara Federal em Sergipe. Kleber Nascimento Freitas, terceiro réu a ser conduzido ao centro da sala destinada ao júri popular, deu início ao respectivo pronunciamento defendendo que nenhum agente da PRF inicia a respectiva atuação funcional pensando em matar uma pessoa; foi dito também que durante toda a carreira como PRF nunca atendeu uma situação com tanta resistência – se referindo diretamente ao perfil adotado por Genivaldo de Jesus ao ser abordado. Ao todo foram ouvidas 31 pessoas – incluindo os réus.
A lista é composta ainda por: Wallysson de Jesus Santos, sobrinho da vítima; uma pessoa que presenciou a ação; a mãe de Genivaldo, Maria Vicente; a ex-esposa de Wallysson (com quem era casado à época); um químico especialista em gás, ex-funcionário da empresa fabricante da granada de gás lacrimogêneo acionada dentro da viatura da PRF; o corregedor regional da PRF, que atuou na apuração das denúncias e no procedimento administrativo disciplinar instaurado contra os réus; uma irmã de Genivaldo; a viúva, Maria Fabiana; a médica que fez o atendimento de Genivaldo quando ele foi levado ao hospital; mais uma pessoa que presenciou a ação; agricultor que passava pelo local; e um mecânico que presenciou o começo do procedimento policial.
A relação oficial consta ainda: um amigo de infância de Genivaldo, que viu a situação a partir do momento em que ele estava imobilizado; um policial rodoviário federal (defesa – William Noia); outro policial rodoviário federal (defesa – William Noia); mais um policial rodoviário federal; médico cardiologista; PRF aposentado; testemunha de defesa de Kleber Nascimento; tabelião de cartório e amigo que trabalhou na PRF; ex-diretor do IML à época; perito que fez o exame toxicológico em Genivaldo; médico legista que fez a necropsia no corpo de Genivaldo; um perito da Polícia Federal; uma perita da Polícia Federal; farmacêutico toxicologista que falou sobre a parte técnico-científica do processo; um assistente técnico, perito criminal aposentado da PF; e um psiquiatra forense.

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