Domingo, 22 De Dezembro De 2024
       
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De última hora, conselho da OAB/SE altera sistema de escolha do Quinto Constitucional


Publicado em 20 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Pela decisão, caberá ao Conselho Seccional elaborar uma lista com 12 nomes entre os candidatos aptos e inscritos no pleito(Divulgação)

“Uma conquista histórica!”. Essa foi a definição do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE), Danniel Costa, após o Conselho Seccional aprovar a resolução que modifica o processo de formação da lista sêxtupla para a vaga reservada ao Quinto Constitucional da advocacia no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE). Foram 32 votos a favor e três divergentes.
Pela decisão, caberá ao Conselho Seccional elaborar uma lista com 12 nomes entre os candidatos aptos e inscritos no pleito. A partir dessa lista, a classe votará diretamente para escolher os seis nomes a serem encaminhados ao TJ/SE, que formará a lista tríplice em votação interna. Caberá, por fim, ao governador Fábio Mitidieri decidir entre os três nomes escolhidos pelos desembargadores.
O objetivo da resolução, conforme estabelecido pela comissão especial responsável pela elaboração da proposta, é reduzir os riscos de abuso do poder econômico no processo de composição da lista. Além disso, a medida garante a paridade de gênero (50% para mulheres) e a presença de pessoas pretas (30%) no processo. Como no modelo vigente, o texto prevê que qualquer advogado ou advogada poderá se candidatar à vaga, desde que obedeça a critérios pré-definidos, como reputação ilibada, no mínimo 10 anos de carreira e notório saber jurídico. O limite será de 50 candidatos.
A mudança aprovada pela OAB/SE encontrou apoio de lideranças que defendem maior equilíbrio e transparência no processo. O presidente Danniel Costa manifestou-se favorável à resolução e destacou a importância de mecanismos que garantam uma eleição mais democrática e isonômica. “A proposta traz um avanço significativo para a advocacia ao reduzir as possibilidades de desequilíbrio no processo eleitoral. Ao envolver o Conselho Pleno na pré-seleção de 12 nomes e assegurar a participação direta da classe advocatícia, temos um modelo que respeita a pluralidade de escolhas, mas inibe o abuso do poder econômico”, afirmou.
Para Danniel Costa, a decisão também reflete um compromisso com a valorização da diversidade na advocacia. “A paridade de gênero e as cotas raciais são elementos essenciais para uma representatividade mais fiel aos advogados e advogadas. A resolução aprovada inicia um novo capítulo na OAB/SE, no qual a escolha do representante ao Tribunal de Justiça passa a adotar critérios que equilibram a participação direta com filtros institucionais, reforçando o compromisso com uma representação mais técnica, ética, democrática e comprometida com a classe”.
Já na visão do presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SE, Carlos César Zuzarte, a paridade de gênero e a inclusão de pessoas pretas no Sistema de Justiça ainda são desafios a serem superados. “Apesar de avanços pontuais, há uma subrepresentação no Judiciário que não reflete a diversidade da advocacia, e sem representatividade efetiva não há justiça plena”. De acordo com ele, o modelo aprovado é um passo essencial para garantir que a equidade não seja apenas discurso, mas prática. “Diversidade é força e força transforma. Saímos da Conferência Nacional da Advocacia Negra com esse objetivo e o estamos cumprindo, aqui, em Sergipe”, completou.
Ao comentar sobre críticas que questionam a necessidade da mudança, o presidente Danniel Costa foi incisivo. “Precisamos enfrentar as distorções históricas com coragem e responsabilidade. Não se trata apenas de aprimorar um processo, mas de garantir que o mérito e a capacidade técnica dos candidatos prevaleçam. A medida está em sintonia com as melhores práticas democráticas, conforme se verifica na maioria das seccionais do País, combatendo qualquer influência indevida”.

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