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Matemática complicada
Publicado em 20 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Lula corre contra o tempo, a fim de arrumar a casa e tocar a própria agenda com alguma tranquilidade
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De uma hora pra outra, ao apagar das luzes de 2024, o Congresso Nacional arregaçou as mangas, por assim dizer, dedicado ao trabalho. Em poucos dias, votações emperradas há muito foram rapidamente realizadas. A notável indisposição para o batente sumiu num estalar de dedos, como num passe de mágica.
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O Congresso Nacional aprovou diversos projetos antes do recesso parlamentar, abrangendo temas tão diversos como ajuste fiscal, educação, saúde e legislação de trânsito.
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Em contexto de mercados ouriçados, no entanto, com o dólar nas alturas, o ajuste nas contas da União proposto pelo governo ganhou contornos dramáticos. Era preciso demonstrar disposição para cortar na própria carne, sem prejudicar a oferta de serviços básicos, nem a capacidade de investimentos.
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A matemática não é simples, mas a proposta foi aprovada por 344 votos favoráveis e 154 contrários no primeiro turno e 346 a 146 no segundo turno. Para a aprovação da PEC, eram necessários 308 votos em cada um dos dois turnos de votação. Um destaque que pode alterar o texto-base, no entanto, ainda aflige o governo.
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Lula corre contra o tempo, a fim de arrumar a casa e tocar a própria agenda com alguma tranquilidade, ao longo dos próximos meses. A relação ainda um tanto tumultuada entre Planalto e Congresso, mediada por chantagens e casuísmo escancarado, contudo, adianta que a segunda metade de seu terceiro mandato na presidência da República não será fácil.