Exportada para lugar nenhum (Divulgação)
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Made in Sergipe
Publicado em 10 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Há razão de sobra no célebre aforismo de Millôr Fernandes, para quem o verdadeiro jornalismo é sempre do contra. E uma coincidência noticiosa local o revela, de modo exemplar.
Esta semana, enquanto o estamento burocrático da Cultura participa das cerimônias acadêmicas do Encontro Cultural de Laranjeiras, um jornalista velho de guerra resolveu fazer uma cobrança ao governador de Sergipe. Adiberto de Souza redigiu e publicou uma nota tão simples e clara quanto necessária.
Lá, na cidade histórica, intelectuais de variada estirpe celebravam o artesanato produzido na terrinha, sem nenhum proveito notável (ver nesta página). No mesmo dia, em coluna publicada no site Destaque Notícias, Adiberto lembrou de um fino produto da lavoura sensível Serigy:
“Quando será que Sergipe vai começar a exportar, em larga escala, a nossa renda irlandesa para a Irlanda? A indagação se justifica depois que o governo Mitidieri mandou aquele país uma alegre comitiva visando divulgar o artesanato produzido em Divina Pastora. À época, o executivo sergipano garantiu que a viagem de seus representantes para Dublin – custeada pelos contribuintes sergipanos – visava promover a exportação da nossa renda irlandesa, só que até agora necas de pitibiriba”.
Millôr Fernandes lembra que o bom jornalismo é sempre do contra, todo o resto é produto exposto em balcão de secos e molhados. Fiado na divertida coluna de Adiberto, entre outros tantos exemplos, eu acrescento que jornalismo é também construção de memória.