Terça, 08 De Abril De 2025
       
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A capital do cansaço


Publicado em 05 de fevereiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se


Além da bolha

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Aracaju é uma cidade tomada pelo enfado.  Penso nos grandes eventos do calendário festivo local, completamente previsíveis. Penso também nos poucos palcos abertos à sensibilidade nativa. Penso e não resisto ao bocejo.
Admira-me a disposição do público minguado, adestrado pela complacência, capaz de aplaudir as mesmas canções e os mesmos artistas há anos, cativo da panelinha de sempre.
Aracaju é a capital do cansaço. Imagino, com meus botões, um tanto de cantores e compositores talentosos silenciados por um pacto de indiferença com vozes desconhecidas da “Diretoria”. A falta de curiosidade é escandalosa. E, certamente, cala a boca de muita gente.
Felizmente, apesar da exaustão de uma cena dominada pelo compadrio e o conchavo, ainda há quem faça o possível para furar as bolhas das boas relações.
A Freedom, por exemplo, abriu as portas e vem dando guarita para uma ruma de artista sem palco. Só assim para os afeitos à música autoral, com ou sem guitarras, se livrarem da imposição de aplaudir Alex Sant’Anna & Amigos pela enésima vez.
Vejo a programação de fevereiro. O talentoso Arthur Matos, responsável pela primeira tocada da temporada, não pode ser considerado um proscrito, é verdade. Mas gente como o inconformado Flavio Antonini, mais conhecido pelos esporros jogados em cima das telas, um valente da tinta acrílica e da caneta Bic, encontrou lá o espaço mais adequado para a banda Providências Cabíveis. No outro extremo, o guitarrista Silvio, encerra o mês com a sofisticação de um duo jazzy, acompanhado pelo batera Rafael Jr. Entre um e outro, eis a beleza da iniciativa bancada pelo incansável Sílvio Campos, meio mundo, mocinhos e bandidos, quase toda a aldeia Serigy.
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