Sábado, 18 De Janeiro De 2025
       
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A cidade seguiu o rumo certo


Publicado em 04 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia


O JORNALISTA E MARQUETEIRO CARLOS CAUÊ

 

* Carlos Cauê
A cada campanha de que participo surpreendo-me 
positivamente pela singularidade que cada uma de-
las alcança. Não dá para fugir ao clichê que constata que cada eleição é única e essa, certamente, revestiu-se de tonalidades que lhe marcam e lhe diferenciam das demais. 
Se não bastassem suas próprias especificidades, seus resultados e os contornos que ela desenhou no ambiente político do país evidenciam, singularmente, a profundidade das mudanças que se põem em marcha, sobretudo reposicionando o papel e o destaque de certas forças que até então compareciam ao cenário nacional de modo diverso. Há uma nova geografia política se gestando no país.
Aqui em Aracaju prevaleceu o bom senso de uma população que não se deixou desviar por apelos aventureiros ou fundados unicamente em ideologias, e optou pelo pragmatismo de uma decisão segura, baseada na capacidade de realizar e cujos resultados do trabalho desenvolvido fundam-se como eloquente referência do que a esmagadora maioria dos aracajuanos quer para si e para a cidade.
 A inquestionável vitória de Edvaldo, desde o primeiro turno, quando disputou com mais dez candidatos a prefeito, até sua consagração no segundo, foi a vitória do seu trabalho, das suas realizações, da sua capacidade administrativa, da sua firme decisão de colocar a cidade e os interesses dos aracajuanos acima de tudo. 
Edvaldo fez uma campanha bonita, limpa, propositiva, sintonizada com o projeto moderno de cidade que planeja para Aracaju, avalizada pelas bases que ele mesmo construiu nos quatro anos de um mandato que agora se renova, e confirma o acerto do seu caminho trilhado. Edvaldo venceu pelo seu trabalho e pela capacidade de manter o agrupamento político unido em torno do projeto coletivo e de si, enquanto liderança que emerge, com a convivência de outras lideranças, mas sem a sombra de ninguém. 
Ao contrário disso, os principais candidatos da oposição fizeram uma campanha sofrível. 
A candidata Danielle foi vítima de sua trajetória errática. Começou a campanha como uma espécie de Kate Mahoney, a policial durona de Chicago do seriado dos anos 80. Viu sua rejeição disparar e tratou de mudar, rapidamente, migrando para um tipo Chapeuzinho Vermelho, perseguida por invisíveis lobos maus. Chegou ao segundo turno com uma evidente crise de identidade, dividida entre o que supunha ser e o que esperava parecer. 
Se no primeiro turno a candidata fez uma campanha confusa, agressiva, inócua de propostas e projetos, cometeu a proeza de piorar ainda mais no segundo turno. A única coisa em que conseguiu superar seus adversários foi na produção de fake news. Até o último instante, Danielle lançou mão desse fraudulento recurso para ofender, disseminar inverdades e tentar confundir os aracajuanos. 
Para quem se lançou candidata arvorando-se em "nova política", a candidata frustrou esperançosos eleitores e decepcionou a boa índole dos aracajuanos.
O candidato Marcio Macedo do PT fez uma campanha medíocre. Aliás, sua própria candidatura já trazia o gérmen da pequenez. O que vimos, para estupor de quem acreditava na legitimidade com que se brandia o direito a tal candidatura, foi uma campanha que não saiu do fígado. As ofensas, os ataques e a distorção deliberada dos fatos a que Márcio Macedo se obrigou a praticar, na tentativa desesperada de amealhar meia dúzia de votos, apenas o descredenciou numa disputa onde a toda hora ele evocava o nome de Marcelo Déda.
Fez uma campanha que, infelizmente, resvalou para o enfrentamento mais abjeto, maculando uma trajetória de altivez e dignidade do seu partido. Uma campanha que, quando tentou ser engraçada, ficou grotesca. Quando quis ser séria, provocou risos. E se repetiu como tragédia e farsa.   
Para quem acreditava que o candidato do PT iria apresentar um projeto novo de cidade, soluções criativas, inovadoras e modernas para o enfrentamento de problemas urbanos ou mesmo alguma saída crível ou exequível para as críticas que tanto desferiu contra a administração da qual fez parte durante mais de três anos, o que se viu foi tão somente o tagarelar oco e ressentido de quem não admite sucesso político além dos domínios de sua agremiação.   
 
A resposta dos aracajuanos também foi retumbante. Os menos de dez por cento dos votos que o candidato obteve, ficando atrás até mesmo de um iniciante Rodrigo Valadares, num esquálido quarto lugar, só pode mesmo soar como a ponderada voz da história a recomendar um exame mais minucioso das circunstâncias e atitudes. E não há dialética que possa curar feridas reais. Nem o próprio Hegel ensejaria tal milagre.
Rodrigo Valadares fez a campanha certa para o personagem político imprevisível que ele parece querer tornar-se, ou que foi inevitável a ele, enquanto tateava o caminho eleitoral. Lamentavelmente, o nonsense de sua campanha, associado ao seu desinteresse pela realidade, com tiradas cataclísmicas e ruidosas, apenas fez produzir um candidato que, apesar dos apelos estridentes ao bolsonarismo e à direita sergipana, sequer foi levado em conta por esses segmentos. Muito embora, nesse sentido, ele tenha sido mais legítimo do que quem tentou se levar a sério e foi obrigado a debater-se com sua real persona. 
Eleições, entre outras verdades, também têm o condão dessas revelações. E outra grande revelação, posta a nu nesse pleito, foi a flagrante derrota dos extremos. 
Da direita, que não conseguiu unificar-se e passou o tempo inteiro se digladiando, cada um tentando puxar para si um naco do que se supõe ser essa corrente ideológica em Sergipe, e confirmando a completa ausência de um projeto sério e consistente para a cidade e para os aracajuanos. 
E a derrota do PT, o seu extremo anverso, que também resvalou para uma campanha rasteira, insignificante de projetos, desrespeitosa a um partido que já foi o maior da esquerda brasileira, e que aqui em Sergipe descreveu uma trajetória brilhante. 
Enquanto o resultado das eleições municipais de 2020, aqui e no Brasil, abre a sua necessária temporada de reflexões, sem deitar em quaisquer louros, os aracajuanos podem dormir descansados, pois a cidade seguiu o rumo certo. 
  
* Carlos Cauê, jornalista e marqueteiro, é secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Aracaju

* Carlos Cauê

A cada campanha de que participo surpreendo-me  positivamente pela singularidade que cada uma de- las alcança. Não dá para fugir ao clichê que constata que cada eleição é única e essa, certamente, revestiu-se de tonalidades que lhe marcam e lhe diferenciam das demais. 
Se não bastassem suas próprias especificidades, seus resultados e os contornos que ela desenhou no ambiente político do país evidenciam, singularmente, a profundidade das mudanças que se põem em marcha, sobretudo reposicionando o papel e o destaque de certas forças que até então compareciam ao cenário nacional de modo diverso. Há uma nova geografia política se gestando no país.
Aqui em Aracaju prevaleceu o bom senso de uma população que não se deixou desviar por apelos aventureiros ou fundados unicamente em ideologias, e optou pelo pragmatismo de uma decisão segura, baseada na capacidade de realizar e cujos resultados do trabalho desenvolvido fundam-se como eloquente referência do que a esmagadora maioria dos aracajuanos quer para si e para a cidade.
 A inquestionável vitória de Edvaldo, desde o primeiro turno, quando disputou com mais dez candidatos a prefeito, até sua consagração no segundo, foi a vitória do seu trabalho, das suas realizações, da sua capacidade administrativa, da sua firme decisão de colocar a cidade e os interesses dos aracajuanos acima de tudo. 
Edvaldo fez uma campanha bonita, limpa, propositiva, sintonizada com o projeto moderno de cidade que planeja para Aracaju, avalizada pelas bases que ele mesmo construiu nos quatro anos de um mandato que agora se renova, e confirma o acerto do seu caminho trilhado. Edvaldo venceu pelo seu trabalho e pela capacidade de manter o agrupamento político unido em torno do projeto coletivo e de si, enquanto liderança que emerge, com a convivência de outras lideranças, mas sem a sombra de ninguém. 
Ao contrário disso, os principais candidatos da oposição fizeram uma campanha sofrível. 
A candidata Danielle foi vítima de sua trajetória errática. Começou a campanha como uma espécie de Kate Mahoney, a policial durona de Chicago do seriado dos anos 80. Viu sua rejeição disparar e tratou de mudar, rapidamente, migrando para um tipo Chapeuzinho Vermelho, perseguida por invisíveis lobos maus. Chegou ao segundo turno com uma evidente crise de identidade, dividida entre o que supunha ser e o que esperava parecer. 
Se no primeiro turno a candidata fez uma campanha confusa, agressiva, inócua de propostas e projetos, cometeu a proeza de piorar ainda mais no segundo turno. A única coisa em que conseguiu superar seus adversários foi na produção de fake news. Até o último instante, Danielle lançou mão desse fraudulento recurso para ofender, disseminar inverdades e tentar confundir os aracajuanos. 
Para quem se lançou candidata arvorando-se em "nova política", a candidata frustrou esperançosos eleitores e decepcionou a boa índole dos aracajuanos.
O candidato Marcio Macedo do PT fez uma campanha medíocre. Aliás, sua própria candidatura já trazia o gérmen da pequenez. O que vimos, para estupor de quem acreditava na legitimidade com que se brandia o direito a tal candidatura, foi uma campanha que não saiu do fígado. As ofensas, os ataques e a distorção deliberada dos fatos a que Márcio Macedo se obrigou a praticar, na tentativa desesperada de amealhar meia dúzia de votos, apenas o descredenciou numa disputa onde a toda hora ele evocava o nome de Marcelo Déda.
Fez uma campanha que, infelizmente, resvalou para o enfrentamento mais abjeto, maculando uma trajetória de altivez e dignidade do seu partido. Uma campanha que, quando tentou ser engraçada, ficou grotesca. Quando quis ser séria, provocou risos. E se repetiu como tragédia e farsa.   
Para quem acreditava que o candidato do PT iria apresentar um projeto novo de cidade, soluções criativas, inovadoras e modernas para o enfrentamento de problemas urbanos ou mesmo alguma saída crível ou exequível para as críticas que tanto desferiu contra a administração da qual fez parte durante mais de três anos, o que se viu foi tão somente o tagarelar oco e ressentido de quem não admite sucesso político além dos domínios de sua agremiação.    A resposta dos aracajuanos também foi retumbante. Os menos de dez por cento dos votos que o candidato obteve, ficando atrás até mesmo de um iniciante Rodrigo Valadares, num esquálido quarto lugar, só pode mesmo soar como a ponderada voz da história a recomendar um exame mais minucioso das circunstâncias e atitudes. E não há dialética que possa curar feridas reais. Nem o próprio Hegel ensejaria tal milagre.
Rodrigo Valadares fez a campanha certa para o personagem político imprevisível que ele parece querer tornar-se, ou que foi inevitável a ele, enquanto tateava o caminho eleitoral. Lamentavelmente, o nonsense de sua campanha, associado ao seu desinteresse pela realidade, com tiradas cataclísmicas e ruidosas, apenas fez produzir um candidato que, apesar dos apelos estridentes ao bolsonarismo e à direita sergipana, sequer foi levado em conta por esses segmentos. Muito embora, nesse sentido, ele tenha sido mais legítimo do que quem tentou se levar a sério e foi obrigado a debater-se com sua real persona. 
Eleições, entre outras verdades, também têm o condão dessas revelações. E outra grande revelação, posta a nu nesse pleito, foi a flagrante derrota dos extremos. 
Da direita, que não conseguiu unificar-se e passou o tempo inteiro se digladiando, cada um tentando puxar para si um naco do que se supõe ser essa corrente ideológica em Sergipe, e confirmando a completa ausência de um projeto sério e consistente para a cidade e para os aracajuanos. 
E a derrota do PT, o seu extremo anverso, que também resvalou para uma campanha rasteira, insignificante de projetos, desrespeitosa a um partido que já foi o maior da esquerda brasileira, e que aqui em Sergipe descreveu uma trajetória brilhante. 
Enquanto o resultado das eleições municipais de 2020, aqui e no Brasil, abre a sua necessária temporada de reflexões, sem deitar em quaisquer louros, os aracajuanos podem dormir descansados, pois a cidade seguiu o rumo certo.   
* Carlos Cauê, jornalista e marqueteiro, é secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Aracaju

 

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