Quinta, 09 De Maio De 2024
       
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A Declaração de Jena


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Publicado em 20 de janeiro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Saumíneo Nascimento – [email protected]

Para a União Geográfica Internacional (IGU) na sigla em inglês, tornou-se cada vez mais óbvio que não poderemos cumprir o calendário para a implementação dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) se não fizermos mudanças substanciais na estratégia.
Diante desta constatação foi lançada a Declaração de Jena (https://www.thejenadeclaration.org/ ) há três anos. Dessa forma, a entidade internacional convoca os geógrafos do mundo para que possam apoiar o documento, na lógica de fortalecimento da perspectiva geográfica para a sustentabilidade global. Eu já fiz a minha adesão. E quando estava escrevendo este artigo, tínhamos os seguintes números em adesão: 1.137 signatários ao redor do mundo, sendo 173 instituições, 964 signatários individuais e 37 parceiros do projeto.
Entre estes mais de 1.000 signatários temos, laureados com o Prêmio Nobel, artistas e, acima de tudo, cientistas e cidadãos envolvidos. Destaco ainda que a Declaração de Jena é agora um consórcio de parceiros. Inclui muitas Cátedras UNESCO, organizações internacionais relevantes e academias de ciências, organizações e redes artísticas, empresas, movimentos da sociedade civil e também muitos indivíduos.
A União Geográfica Internacional (IGU) endossa a Declaração de Jena como um alerta para nada menos do que uma mudança de paradigma nas políticas de sustentabilidade.
A Declaração de Jena foi adotada em março de 2021, sendo aprovada por várias organizações e iniciativas internacionais nos domínios da ciência, das artes e da economia, todas elas empenhadas em promover o desenvolvimento sustentável através de uma abordagem ascendente culturalmente sensível.
Esta Declaração dá continuidade ao trabalho iniciado na Conferência “Humanidades e Ciências Sociais para a Sustentabilidade”, realizada em Jena, Alemanha. Referida conferência foi organizada em parceria com as Comissões Canadense e Alemã da UNESCO, o Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas, o Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas do Canadá, a Academia Mundial de Arte e Ciência, o Clube de Roma, a Academia Europeia e a União Geográfica Internacional.
Jena é uma cidade da Alemanha que tem a Universidade Friedrich Schiller de Jena, fundada em 1558, referida instituição já foi dirigida, no início do Século XIX por Johan Wolfgang von Goethe.
De acordo com informações da Universidade Friedrich Schiller, em 2021, a cidade de Jena ficou entre as oito primeiras entre 71 grandes cidades em termos de sustentabilidade num ranking de cidades da IW Consult. Mas a cidade não está descansando sobre os louros. A Universidade Friedrich Schiller adotará uma estratégia de sustentabilidade em 2023, para a qual todos os membros da universidade foram convidados a contribuir num processo participativo. A cidade de Jena adotou um plano de ação climática que pretende levar à neutralidade climática até 2035.
Este chamamento da IGU para que os geógrafos apoiem a Declaração de Jena é um reforço para que mais indivíduos e instituições estejam interessados neste movimento para que possamos resolver questões de sustentabilidade.
A Declaração de Jena se baseia num inquérito global e apela a que atuemos em conjunto, centrando-nos no mundo quotidiano das pessoas em todo o planeta para trabalharmos em prol do nosso futuro comum sustentável.
A Declaração de Jena inclui alguns princípios, a saber:
Todos nós precisamos encontrar e manter um equilíbrio saudável com a nossa parte natural, isto é, viver de forma sustentável.
Mudanças significativas e sustentáveis só poderão ser alcançadas se todas as pessoas no planeta mudarem as suas rotinas, práticas e mentalidades diárias.
Individual e coletivamente devemos decidir viver as nossas vidas de uma forma profundamente sustentável.
As soluções devem crescer fortes de baixo para cima – criadas e postas em prática por indivíduos e comunidades. O poder coletivo de muitas soluções locais traz consigo uma mudança global positiva. Se esperarmos por mudanças de cima para baixo, será tarde demais.
A riqueza da diversidade cultural e regional é o ponto de partida para um modo de vida naturalmente equilibrado.
Mudar modos de vida para futuros sustentáveis requer soluções criativas, a exemplo da inovação das artes, das humanidades e das mentes da sociedade civil. Devemos conceber ativamente este futuro para o benefício de todos.
O futuro exige aprender uns com os outros. A maioria das pessoas não sabe ou não entende como funciona a sustentabilidade. Todos necessitamos de informação e formação para aprender e definir os seus próprios papéis individuais na concepção do futuro.
Os jovens devem ter uma voz forte – os adultos não conseguem imaginar um futuro diferente com a mesma habilidade que as crianças e os adolescentes.
Entre os apelos que constam na Declaração de Jena, destaco o pedido para que as instituições de ensino renovem seus currículos, de forma a concentrar esforços formativos nas emergências sociais globais e que haja uma reformulação da pesquisa em sustentabilidade.

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