Sexta, 24 De Janeiro De 2025
       
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A difícil escolha de um candidato a governador pelo bloco governista


Publicado em 12 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se


A reunião agendada pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) para esta segunda-feira ((14), às 17 horas, na sede de uma produtora na Coroa do Meio, para definir o candidato do grupo ao governo do estado, pode acabar sem uma definição. O prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) e o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), os únicos que seguem na disputa, não chegaram a um entendimento, e o STF não concluiu o julgamento da ação penal contra o ex-deputado André Moura (União Brasil), o preferido do governador para o senado.
A reunião vai envolver os dirigentes de todos os partidos do bloco, o ex-governador Jackson Barreto (MDB), além do conselheiro do TCE Ulices Andrade e o deputado federal Laércio Oliveira (PP), que também pleitearam a candidatura. Ulices vai permanecer no tribunal e Laércio briga pela vaga de senador.
Não há uma ordem definida para a reunião, mas a expectativa é de que o governador deixe claro, logo na abertura, o critério a ser adotado para a escolha do candidato. Pesquisas internas ou apoio político? Dirigentes partidários garantem que na reunião anterior, Belivaldo havia assegurado que, mesmo tendo a sua preferência pessoal, o escolhido seria quem tivesse maior apoio de prefeitos e partidos, o que favoreceria Mitidieri.
Edvaldo Nogueira deverá chegar à reunião com um discurso enaltecendo a sua experiência administrativa – está no quarto mandato como prefeito de Aracaju -, a aprovação da sua gestão e os bons resultados obtidos nas pesquisas realizadas para consumo interno em todos os municípios do estado.
Se houver uma reviravolta na opinião dos partidos e ele passar a ser o preferido, aí entra o quesito de exigências: com quase três anos de mandato, o prefeito deve querer garantias de apoio consistente para que possa se desincompatibilizar do cargo no dia dois de abril, prazo final estabelecido pela legislação eleitoral. E quais seriam essas garantias, por razões que parecem óbvias: a indicação de Fábio Mitidieri como candidato a vice-governador, e o envolvimento direto de Belivaldo, prefeitos, deputados, vereadores e lideranças políticas na campanha eleitoral.
Aí é que começam as dificuldades. Aliados dizem que Mitidieri deu risadas quando ouviu pela primeira a vez a ideia de que ele poderia vir a ser o candidato a vice, e na reunião deve propor que Edvaldo apresente o nome da sua mulher para compor a sua chapa. Ele sabe que o prefeito não envolve a família na disputa eleitoral.
Outro problema é a decisão do governador Belivaldo Chagas em dizer que não pretende mais disputar cargos eletivos. Se não tem mais pretensões políticas, por qual razão se envolveria diretamente numa campanha eleitoral, que se mostra muito difícil?
Nos últimos dias Fábio Mitidieri adotou uma série de cuidados para evitar arestas com os aliados, mas desde que foi iniciado o processo interno para a escolha do candidato jogou pesado contra Edvaldo. No final do ano passado, chegou a anunciar em entrevistas que o prefeito havia desistido e que apenas ele se mantinha na disputa.
Herdeiro e milionário, Fábio atua como um verdadeiro membro da elite que não pode ser contrariado. Como o primeiro do grupo a dizer que gostaria de ser o candidato a governador, acha que tem que ser o escolhido, mesmo não apresentando bons índices nas pesquisas internas. O discurso é de que se fosse assim, Belivaldo não poderia ter sido candidato a governador em 2018, já que no mês de abril aparecia apenas com 3% nas pesquisas.
A diferença é que a partir de dois de abril de 2018, Belivaldo Chagas assumiu o governo em função de desincompatibilização de Jackson Barreto para disputar o senado. Belivaldo conduziu a sua campanha na condição de governador, usando todos os instrumentos possíveis, a ponto de ter tido o mandato cassado pelo TRE-SE, depois revertido no TSE, e com a complacência de Jackson, que permitiu que a campanha fosse apresentada como se estivesse na oposição.
O processo de escolha do candidato governista está sendo muito atabalhoado e poderá ter sequelas graves durante a campanha eleitoral. Disciplinado e com formação política definida Edvaldo deverá permanecer onde sempre esteve. Mesmo que não considere justa a decisão a ser tomada nos próximos dias.

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