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A fila do SUS


Publicado em 16 de dezembro de 2021
Por Jornal Do Dia Se


Com a pandemia e a ausência de leitos nos hospitais da rede particular, todos os brasileiros se deram conta do trabalho extraordinário realizado pelo Sistema Único de Saúde. Para os mais pobres, no entanto, a dependência do serviço se traduz em longas filas e espera prolongada. Em Sergipe, por exemplo, quase dois mil usuários aguardam por uma cirurgia na fila do SUS.
Os dados foram fornecidos pela Secretaria de Saúde. Cerca de 1.700 pessoas estão com seus procedimentos cirúrgicos atrasados. Mas o dado, além de impreciso, não é novidade para ninguém.
O SUS precisa, sim, de aperfeiçoamento, capaz de dotar o sistema de condições operacionais condizentes com o seu papel social. Quanto mais complexo o tratamento fornecido pelas unidades mantidas pelo sistema, maior a dificuldade. Pacientes oncológicos, por exemplo, comem o pão que o diabo amassou. Muitas vezes, os profissionais médicos e os gestores do segmento têm participação direta no óbice de atendimento. Mas a falta de investimento em tecnologia, em âmbito nacional, também tem culpa no cartório.
Com a efetivação do SUS, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo com mais de 150 milhões de habitantes comprometido com a oferta de saúde universal. Não é pouco. Trata-se de garantir desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral e gratuito para toda a população. Quem aguarda atendimento nas unidades sobrecarregadas país afora certamente se surpreenderia com a informação, mas isso bastou para transformar o SUS em referência mundial em saúde pública.
Faltam recursos e tecnologia, como é observado mais uma vez em Sergipe. Mas a política do SUS é um exemplo para o resto do mundo.

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