A GUERRA IDEOLÓGICA SOBRE UM PACOTE FISCAL
Publicado em 05 de dezembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
* Rômulo Rodrigues
Até que enfim os ministros Fernando Haddad da fazenda, Simone Tebet do planejamento e Rui Costa da casa civil anunciaram o pacote fiscal que vai gerar um corte de gastos obrigatórios de R$ 72 bilhões em 2025 e 2026, como estava sendo exigido pelos que não suportam ver a economia do Brasil crescer gerando empregos, com inflação controlada e ganhos reais no Salário Mínimo e na massa salarial, com aumento do PIB per-capita.
A reação dos agiotas financeiros veio de pronto com a conivência do Branco Central que deixou o dólar chegar perto dos 6reais, abastecendo as bancadas das cadeias de rádio e televisão, com o terrorismo de sempre.
Aí, vem a pergunta eivada de incredulidade; mas, não era isso que eles queriam? Em tese era; desde que fosse com retiradas em cima dos investimentos nos programas sociais; no achatamento dos salários, como foi o plano real; com cortes nos Benefícios de Progressão Continuada, BPC; sem aumento na alíquota de isenção do IRPF para quem ganha R$ 5 mil mensais.
Incrível o descaramento dessa gente que não suporta um governo democrata e popular que foi eleito com a promessa de colocar os mais pobres no orçamento e os mais ricos no IR, quando toma medidas para cumprir o que prometeu e eles só ouvem os que são contra, por que defendem que o dinheiro tem que ir para os bancos.
Por quê? Porque são regiamente pagos para isso; impedir o país de crescer e ver o povo melhorando de vida, com a economia sólida e atraente para investimentos estrangeiros.
Proferem discursos falaciosos cheios de contradições escondendo o que está visível que é 36 milhões de famílias beneficiadas; para protegerem 100 mil que ganham mais de R$ 10 milhões por ano; num contexto onde 5 famílias receberam mais de R$ bilhões de incentivos fiscais.
O maior perigo é que miram nas cabeças da classe média, a mais aliviada, induzindo-a encampar a ideia de que ela vai ser penalizada tanto quanto os ricos e milionários e isso deveria ser catalogado como crime de lesa pátria, por distorcer o que vai ser real que é; para cobrir a isenção no IRPF de quem ganha até R$ 5 mil por mês, entra em vigor uma alíquota efetivade 10% para quem tem salário maior que R$ 50 mil mensais.
Atualmente, o 1% mais rico paga alíquota efetiva de 4,2% de Imposto de Renda e 0,01% mais rico ainda, a alíquota efetiva de 1,75%; repetindo, o assalariado que ganha acima de R$ 50 mil mensal, não será atingido pela alíquota dos 10% porque na tributação atual já está inserido na alíquota de 27,5% do Imposto de Renda Pessoa Física, com suas deduções.
Na edição de 29/04/2024 o Jornal Valor Econômico publicou um artigo dizendo que o déficit público segue muito alto pelo mundo puxado pelos EUA e China e que segundo o FMI, os EUA teve um déficit em 2023 de 8,8% do PIB, um aumento de 3 pontos em relação a 2019 que foi de 5,8% do PIB, o que, na matemática de padre João Agripino, é um crescimento de 50%.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, o ranking das 10 maiores economias em 2024, é o seguinte, em trilhões de dólares: 1º EUA com 28,80; 2º China com 18,53; 3º Alemanha com 4,59; 4º Japão com 4,11; 5º Índia com 3,94; 6º Reino Unido com 3,50; 7º França com 3,14; 8º Brasil com 2,33; 9º Itália com 2,33 e 10º Canadá com 2,24.
O mesmo FMI estima um PIB global em 2023 de US$ 185 trilhões com um déficit público mundial de US$ 10 trilhões puxado por EUA e China.
Aqui no Brasil onde déficit fiscal puxado por pagamento de juros da dívida externa é tratado como rombo nas contas públicas a pressão sobre o governo federal em cima da previsão de R$ 28,7 bilhões que calculado a um valo de dólar a R$ 5,5 seria de US$ 5,2 bilhões ou; 2,3% do PIB ou; ¼ do índice de lá do tio Sam, com previsão do aumento lá vir a ser 4 vezes o valor daqui é massificado como astronômico.
A pauta do noticiário televisivo, como sempre, é de jogar desconfiança sobre o pacote fiscal reproduzindo só as opiniões de opositores do governo e agentes do mercado financeiro.
A notícia boa de que a taxa de desemprego caiu para 6,2%, próxima ao pleno emprego de dezembro de 2014, um dos motivos para o golpe de 2016, e que a população ocupada é de 103,6 milhões de pessoas, um recorde histórico, indica muito bem quem é essa gente, o que defende e de que lado está.
Ainda assim, insistem em enganar os incautos que se satisfazem com notícias sobre cachorros mortos para não darem o braço a torcer e dizer; o Brasil voltou.
* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político