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A HISTÓRIA NÃO SERÁ REPETIDA EM AÇÕES DE TERRORISTAS


Publicado em 20 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

O espectro de uma onda terrorista ronda o Brasil e se repete alimentado pelo terrorismo militar de Estado e pela impunidade.
Para não ir muito longe vamos resgatar atos e fatos a partir do atentado terrorista de 30 de abril de 1981 no centro de convenções do Riocentro, onde a nata da Música Popular Brasileira, MPB, faria um ato político em comemoração ao 1º de maio, dia consagrado às lutas dos trabalhadores em quase todo o mundo, e que reunia 20 mil pessoas.
A explosão terrorista dava sequência a uma longa jornada de atentados a bombas executadas por membros das forças armadas, com conhecimento e aprovação da alta cúpula militar.
Com a explosão acidental da bomba que estava no colo do sargento do exército Guilherme do Rosário, dentro de um Puma dirigido pelo capitão Wilson Machado, teve como final não planejado o cadáver do sargento, dentro do carro.
O final, ao estilo de ópera bufa, do inquérito presidido por um coronel de nome Job Lorena de Sant’Ana, claro que, cheio de falhas técnicas premeditadas, foi truncado no Supremo Tribunal Militar e lá está até hoje, sem punições para militares e comparsas. Estranho, não é?
Antes, já havia comprovação de atos de terror em andamento e o mais chocante foi o da carta-bomba que matou dona Lydia Monteiro da Silva, secretária do presidente nacional da OAB, consagrado jurista Eduardo Seabra Fagundes, na sede nacional da entidade em 27 de agosto de 1980.
A autoria do ato terrorista foi comprovadamente identificada como sendo de agentes do centro de informações do exército, sendo provado que o sargento Guilherme Pereira do Rosário foi quem confeccionou o artefato e o coordenador da operação foi o coronel do exército Freddie Perdigão Pereira.
Todos esses e outros atos de terror foram contra ofensivas dos terroristas ao crescente sentimento da Sociedade Civil Organizada pela volta ao Estado Democrático de Direito, minando as estruturas da ditadura militar, combalida pelos crimes de torturas, truculência e corrupção, mas, ainda assim, uma ditadura militar cruel e violenta.
Vejam que, pouco tempo antes, havia sido sancionada a Lei da Anistia em 28 de agosto de 1979, colocando no mesmo balaio os que lutaram pela democracia e os terroristas de Estado que; incentivados pelo perdão; continuam vivos e praticando crimes, porque não foram destruídas as células vivas do terror, que tudo indica, estão por trás do ato insano do dia 13 de novembro ou, na linguagem popular, semana passada.
O mesmo modus operandi do atentado do Riocentro e, o mesmo macabro desfecho: o cadáver da baixa patente.
A Análise não tem a pretensão de ser um documentário. É apenas a vivência histórica de observações de quem tem décadas de lutas pela democracia e soberania da pátria, contra o fascismo militarizado.
É inadmissível alguém admitir que um fracassado ex-candidato a vereador pelo PL, do interior de Santa Catarina, chaveiro de profissão, sem trabalhar por meses, tinha recursos para comprar um arsenal explosivo, alugar por meses uma casa no Distrito Federal, ser proprietário de um furgão, fazer levantamento estratégico do funcionamento do Supremo Tribunal Federal, circular com desenvoltura pelos corredores do Congresso Nacional, por vários dias antes do atentado terrorista, tudo isso sem um comando logístico de dentro do mesmo aparato que esteve a frente de todos os atos terroristas praticados no Brasil em quatro décadas e meia?
Vamos ser conscientes e sinceros: quem salvou o Brasil de mais um golpe militar em 8 de janeiro de 2023, foi Janja quando deu o grito de alerta, GLO, não!
Novamente Janja, ao bradar seu FockYou Elon Musk, arrancou no impulso o que está no planejamento do próximo governo das terras do tio Sam: interferir diretamente nas eleições de 2026 ou, subsidiar um Golpe de Estado. Só que, na geopolítica de hoje, não vai ter IV Esquadra na Baia da Guanabara, nem imobilismo da sociedade civil. Depois da caricata repetição do atentado do Riocentro, só tem uma saída: se organizar e ir para cima deles, com unhas e dentes! E é pra já.

 

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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