A IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Publicado em 24 de junho de 2020
Por Jornal Do Dia
* L. C. Hardman Côrtes
lchardmancortes@bol.com.br
É inquestionável a importância da invenção da imprensa na evolu ção e no relacionamento entre os indivíduos de uma sociedade bem como entre todos os povos do planeta.
Segundo a história o mais antigo livro impresso data de 868, foi feito na China e encontrado em 1900 na província de Cansu. Foi impresso por um sistema de blocos. A descoberta da imprensa na Europa processou-se independentemente do invento chinês. O alemão Johann Gutemberg, não inventou propriamente a imprensa como muitos consideram, porém, depois de muitos aperfeiçoamentos, conseguiu criar o sistema de caracteres móveis, que permitiu o grande desenvolvimento da arte tipográfica. A edição de sua famosa Bíblia, em 1450, marca o advento da imprensa. A Alemanha, a França e a Itália foram os primeiros países a ter oficinas impressoras. No fim do século XV, a invenção estava generalizada, e a liberdade de imprensa passou a simbolizar a liberdade de pensamento. Por isso o Estado sempre procurou controlar a imprensa para evitar a propagação de idéias contrárias ao regime. No Brasil os primeiros esforços para a criação de uma imprensa local, data do fim do século XVIII, e foram iniciados em 1707, em Pernambuco, depois em Minas Gerais e por fim no Rio de Janeiro. A opressão colonial, porém, motivou o fechamento das oficinas e destruição dos tipos.
Sob os auspícios de D. João VI, em 1808, surgiu, definitivamente, a imprensa no Brasil, com a fundação da Imprensa Régia, transformada mais tarde em Imprensa Nacional. Alguns jornais surgiram depois, principalmente no Primeiro Reinado, fazendo oposição a D. Pedro I. A imprensa desempenhou papel relevante no Segundo Reinado, defendendo causas importantes como a abolição da escravatura, a República, e, em geral, os interesses nacionais. Grandes jornalistas surgiram, tais como: Benjamim Constant, Quintino Bocaiúva, Joaquim Nabuco, Luís Gama, José do Patrocínio e tantos outros.
Em 1808 circulou o Jornal Gazeta do Rio de Janeiro, considerado até alguns anos atrás como o primeiro jornal do país, porém, posteriormente se detectou que na realidade o primeiro jornal brasileiro foi de fato o Correio Braziliense, publicado também em 1808, em Londres, tendo como o seu criador Hipólito da Costa.
Em 1875 foi fundado em São Paulo o jornal A Província de São Paulo, posteriormente denominado de O Estado de São Paulo, até hoje existente e considerado um dos melhores jornais do país.
No início do século XX, mais precisamente em 07 de abril de 1908, alguns abnegados jornalistas, liderados por Gustavo Lacerda, fundaram a Associação Brasileira de Imprensa – ABI. Portanto, no próximo ano estaremos comemorando não só os duzentos anos da Imprensa no Brasil como também os cem anos da ABI. Em nosso Estado, a 31 de agosto de 1933 foi fundada a Associação Sergipana de Imprensa – ASI, a qual estará comemorando este ano seus 74 anos de existência.
No Brasil como no mundo a imprensa sempre foi uma preocupação dos governantes, principalmente em épocas passadas, uma vez que é de fato um veículo extraordinário para difundir e semear idéias, nem sempre desejadas por estes. Como ocorreu no Brasil por ocasião do golpe de 1964, quando a ditadura editou o Ato Institucional nº 2, violando de forma contundente a liberdade de imprensa, usurpando, não só dos profissionais da área como também da população o direito de expressar suas idéias e pensamentos, o que foi combatido pela ABI ao lado da OAB e da CNBB por ocasião da Campanha pelas Diretas Já, propugnando pela redemocratização do país.
O fim do século XX foi marcado pelo falecimento, no ano 2000, do jornalista pernambucano Barbosa Lima Sobrinho, o jornalista-símbolo do nosso país. Chegou a ser governador do seu Estado e presidiu a ABI em vários períodos. Político nacionalista, escritor, ensaísta, pedagogo, é considerado o expoente máximo do jornalismo brasileiro.
* L. C. Hardman Côrtes, Eng. Agrônomo, poeta e escritor filiado à Associação Sergipana de Imprensa – ASI