Sexta, 10 De Janeiro De 2025
       
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A necessidade da oração


Publicado em 08 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Raymundo Mello
(publicação de Raymundinho Mello, seu filho)
 
A Carta de São Paulo aos Filipenses (4,4-
7), sinaliza-nos, nos versículos 6 e 7, a 
importância que a oração deve ter na nossa vida. Diz o texto: "Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus".
Inspirando-me nesta instrução, proponho aos caros leitores uma reflexão sobre a necessidade da oração, tomando como referência um texto muito apreciado por Don Bosco – São João Bosco, o santo fundador dos Salesianos.
Desde os seus tempos como Seminarista Don Bosco teve contato com a leitura de textos de espiritualidade escritos por São Francisco de Sales. Estes textos tiveram tanta influência na sua formação espiritual que ao fundar a sua congregação ele disse aos seus primeiros companheiros: "Seremos Salesianos", numa alusão ao santo que adotou como patrono espiritual da nascente obra.
Livro de cabeceira de Don Bosco, a "Filoteia ou Introdução à Vida Devota" era uma leitura sempre recomendada por ele aos seus filhos espirituais. Para os meninos com pouca instrução, ele procurava maneiras fáceis de lhes explicar o texto; para aqueles com mais estudo, incentivava a leitura seguida da meditação, e prestava-lhes esclarecimentos, assim como, também, era leitura obrigatória para os que se preparavam para a vida consagrada, como leigos ou padres. E, ainda, incentivava a leitura para os seus Cooperadores e para os fiéis de modo geral que desejavam nutrir a vida espiritual. E isso nos inclui também, nós, cristãos do século 21, se desejarmos aprofundar a nossa intimidade com Deus, através da oração, e seguindo os passos de Don Bosco.
Tomemos como ponto para refletirmos hoje um pequeno trecho do livro, a introdução ao capítulo I da 2.ª parte, intitulada "A necessidade da oração", que transcrevo com leves adaptações.
Ensina-nos São Francisco de Sales:
"A oração, fazendo o nosso espírito penetrar na plena luz da divindade e expondo a nossa vontade abertamente aos ardores do amor divino, é o meio mais eficaz de dissipar as trevas de erros e ignorância que obscurecem a nossa mente e de purificar o nosso coração de todos os seus afetos desordenados. É ela a água da graça, que lava a nossa alma de suas iniquidades, alivia os nossos corações, opressos pela sede das paixões, e nutre as primeiras raízes que a virtude vai lançando, que são os bons desejos.
Mas o que muito em particular te aconselho é a oração de espírito e de coração, e sobretudo, a que se ocupa da vida e paixão de Nosso Senhor: contemplando-o, sempre de novo, pela meditação assídua, tua alma há de por fim encher-se dele e tu conformarás a tua vida interior e exterior com a sua. Ele é a luz do mundo; é nele, por ele e para ele que devemos ser iluminados. É a seus pés que temos que ir respirar este ar suavíssimo, quando o nosso coração se vai afrouxando pelo espírito do mundo. Ele é a cisterna, essa nascente de água viva e pura; a ela cumpre chegarmo-nos muitas vezes, para lavar nossa alma de suas manchas. As crianças, como é sabido, ouvem continuamente as suas mães falarem e, esforçando-se por balbuciar com elas, aprendem a falar a mesma língua; deste modo, nós, unindo-nos com Nosso Senhor, pela meditação, e notando as suas palavras e ações, os seus sentimentos e inclinações, aprenderemos por fim, com a sua graça, a falar com ele, a agir com ele, a julgar como ele e amar como ele. A ele é preciso prendermo-nos, e crê-me que não podemos ir a Deus, o Pai, senão por esta porta que é Jesus Cristo, como ele mesmo nos disse. O vidro dum espelho não pode deter a nossa vista se não for aplicado a um corpo sólido, como o chumbo e o estanho; de modo análogo, jamais nos seria possível contemplar a divindade nesta vida mortal, se não se unisse à nossa humanidade em Jesus Cristo, cuja vida, paixão e morte constituem para as meditações o objeto mais proporcionado a nossas luzes, mais agradável ao nosso coração e mais útil ao melhoramento de nossos costumes.
O divino Salvador chamou-se a si mesmo o pão descido do céu, por muitas razões, entre as quais podemos aduzir a seguinte: assim como se come o pão com toda sorte de alimento, assim devemos tomar o espírito de Jesus Cristo na meditação, e ele, nutrindo-nos, influirá em todas as nossas ações.
Emprega neste exercício uma hora por dia, preferencialmente de manhã, se for possível, antes que percas as boas disposições e tranquilidade de espírito que dá o repouso da noite.
Começa a tua oração, seja mental, seja vocal, sempre pondo-te na presença de Deus; nunca negligencies esta prática e verás em pouco tempo os resultados".
Que esta reflexão possa contribuir para o enlevo espiritual dos caros leitores, neste tempo tão difícil.
* * *
E.T. – O livro "Filoteia ou Introdução à Vida Devota", de onde extraí o citado trecho, pode ser encontrado nas livrarias católicas, em edição atual e com leitura bem amigável, e constitui-se um maravilhoso presente. Eu recomendo! 
* Raymundo Mello é Memorialista
raymundopmello@yahoo.com.br

* Raymundo Mello

(publicação de Raymundinho Mello, seu filho)

A Carta de São Paulo aos Filipenses (4,4- 7), sinaliza-nos, nos versículos 6 e 7, a  importância que a oração deve ter na nossa vida. Diz o texto: "Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamento em Cristo Jesus".
Inspirando-me nesta instrução, proponho aos caros leitores uma reflexão sobre a necessidade da oração, tomando como referência um texto muito apreciado por Don Bosco – São João Bosco, o santo fundador dos Salesianos.
Desde os seus tempos como Seminarista Don Bosco teve contato com a leitura de textos de espiritualidade escritos por São Francisco de Sales. Estes textos tiveram tanta influência na sua formação espiritual que ao fundar a sua congregação ele disse aos seus primeiros companheiros: "Seremos Salesianos", numa alusão ao santo que adotou como patrono espiritual da nascente obra.
Livro de cabeceira de Don Bosco, a "Filoteia ou Introdução à Vida Devota" era uma leitura sempre recomendada por ele aos seus filhos espirituais. Para os meninos com pouca instrução, ele procurava maneiras fáceis de lhes explicar o texto; para aqueles com mais estudo, incentivava a leitura seguida da meditação, e prestava-lhes esclarecimentos, assim como, também, era leitura obrigatória para os que se preparavam para a vida consagrada, como leigos ou padres. E, ainda, incentivava a leitura para os seus Cooperadores e para os fiéis de modo geral que desejavam nutrir a vida espiritual. E isso nos inclui também, nós, cristãos do século 21, se desejarmos aprofundar a nossa intimidade com Deus, através da oração, e seguindo os passos de Don Bosco.
Tomemos como ponto para refletirmos hoje um pequeno trecho do livro, a introdução ao capítulo I da 2.ª parte, intitulada "A necessidade da oração", que transcrevo com leves adaptações.
Ensina-nos São Francisco de Sales:
"A oração, fazendo o nosso espírito penetrar na plena luz da divindade e expondo a nossa vontade abertamente aos ardores do amor divino, é o meio mais eficaz de dissipar as trevas de erros e ignorância que obscurecem a nossa mente e de purificar o nosso coração de todos os seus afetos desordenados. É ela a água da graça, que lava a nossa alma de suas iniquidades, alivia os nossos corações, opressos pela sede das paixões, e nutre as primeiras raízes que a virtude vai lançando, que são os bons desejos.
Mas o que muito em particular te aconselho é a oração de espírito e de coração, e sobretudo, a que se ocupa da vida e paixão de Nosso Senhor: contemplando-o, sempre de novo, pela meditação assídua, tua alma há de por fim encher-se dele e tu conformarás a tua vida interior e exterior com a sua. Ele é a luz do mundo; é nele, por ele e para ele que devemos ser iluminados. É a seus pés que temos que ir respirar este ar suavíssimo, quando o nosso coração se vai afrouxando pelo espírito do mundo. Ele é a cisterna, essa nascente de água viva e pura; a ela cumpre chegarmo-nos muitas vezes, para lavar nossa alma de suas manchas. As crianças, como é sabido, ouvem continuamente as suas mães falarem e, esforçando-se por balbuciar com elas, aprendem a falar a mesma língua; deste modo, nós, unindo-nos com Nosso Senhor, pela meditação, e notando as suas palavras e ações, os seus sentimentos e inclinações, aprenderemos por fim, com a sua graça, a falar com ele, a agir com ele, a julgar como ele e amar como ele. A ele é preciso prendermo-nos, e crê-me que não podemos ir a Deus, o Pai, senão por esta porta que é Jesus Cristo, como ele mesmo nos disse. O vidro dum espelho não pode deter a nossa vista se não for aplicado a um corpo sólido, como o chumbo e o estanho; de modo análogo, jamais nos seria possível contemplar a divindade nesta vida mortal, se não se unisse à nossa humanidade em Jesus Cristo, cuja vida, paixão e morte constituem para as meditações o objeto mais proporcionado a nossas luzes, mais agradável ao nosso coração e mais útil ao melhoramento de nossos costumes.
O divino Salvador chamou-se a si mesmo o pão descido do céu, por muitas razões, entre as quais podemos aduzir a seguinte: assim como se come o pão com toda sorte de alimento, assim devemos tomar o espírito de Jesus Cristo na meditação, e ele, nutrindo-nos, influirá em todas as nossas ações.
Emprega neste exercício uma hora por dia, preferencialmente de manhã, se for possível, antes que percas as boas disposições e tranquilidade de espírito que dá o repouso da noite.
Começa a tua oração, seja mental, seja vocal, sempre pondo-te na presença de Deus; nunca negligencies esta prática e verás em pouco tempo os resultados".
Que esta reflexão possa contribuir para o enlevo espiritual dos caros leitores, neste tempo tão difícil.

* * *

E.T. – O livro "Filoteia ou Introdução à Vida Devota", de onde extraí o citado trecho, pode ser encontrado nas livrarias católicas, em edição atual e com leitura bem amigável, e constitui-se um maravilhoso presente. Eu recomendo! 

* Raymundo Mello é Memorialistaraymundopmello@yahoo.com.br

 

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