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A pobreza sergipana
Publicado em 19 de janeiro de 2020
Por Jornal Do Dia
O último capítulo do Anuário Soci oeconômico de Sergipe, edição 2019, uma publicação do Grupo de Pesquisa em Análise de Dados Econômicos, vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe, elaborado pelos professores Luiz Rogério de Camargo e Wagner Nóbrega, do Departamento de Economia da UFS e o economista do IFS, Rodrigo Melo Gois, mostra a pobreza dos municípios sergipanos. Apenas a capital, Aracaju, apresenta bons indicadores sociais e econômicos. Os dados:
Sergipe possui 75 municípios, agrupados em 3 mesorregiões e 13 microrregiões, conforme classificação do IBGE. Em 2007, o Governo do Estado de Sergipe, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), elaborou uma nova territorialização baseada nas características geoambientais, econômicas, sociais e culturais dos municípios. Essa classificação formou 8 territórios: Alto Sertão Sergipano, Baixo São Francisco Sergipano, Médio Sertão Sergipano, Leste Sergipano, Agreste Central Sergipano, Sul Sergipano, Centro-Sul Sergipano e Grande Aracaju.
O Alto Sertão tem uma economia predominantemente formada pelos serviços, em sua maior parte governamentais, mas a agropecuária tem importante papel para esta região, sobretudo pela bovinocultura, apicultura, ovinocaprinocultura e as culturas de subsistências. Na agropecuária, porém, predominam os empregos informais. O Alto Sertão é conhecido como a bacia leiteira de Sergipe. O seu alto PIB industrial é puxado pela Hidroelétrica de Xingó, cujos benefícios não são revertidos em empregabilidade e nem em melhoria efetiva das condições de vida da população local, que apresenta baixos indicadores sociais, tendo o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Sergipe.
O Baixo São Francisco tem uma base produtiva pouco diversificada e um produto pequeno, em grande parte oriundo dos serviços, com grande concentração no setor governamental. A indústria é incipiente e de pouca representatividade, com algum destaque para a indústria têxtil e a produção de cimentos. A produção de cerâmica vermelha tem sua importância para a região. O Baixo São Francisco apresenta baixos indicadores sociais, tendo um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de Sergipe.
O Médio Sertão tem uma base produtiva pouco diversificada, com grande parte dos serviços formada pelo setor governamental, e com reduzida produção industrial. A bovinocultura e as culturas de subsistências são a base da agropecuária local, gerando baixo valor adicionado. O Médio Sertão apresenta baixos indicadores sociais.
O Leste tem boa parte dos serviços formada pelo setor governamental, possui tradição na cultura de cana-de-açúcar, e a presença de usinas de açúcar e álcool são fortes na região. Registra ainda uma baixa diversificação da cadeia industrial, apesar da presença marcante da indústria de petróleo e gás e da extração de minérios, sobretudo o potássio. Dessa forma, esse território é um exemplo claro de exploração de riquezas minerais não revertidas para o bem-estar da população local.
O Agreste Central é marcado por alta participação dos serviços. A capacidade de distribuição de produtos hortifrutigranjeiros tem grande destaque, e a agricultura tem muita importância para essa região. Apesar de Itabaiana ser um reconhecido centro comercial, a elevada participação dos serviços no restante do território vem do próprio setor público. O território registra indicadores sociais baixos.
O Sul Sergipano, apesar de pequeno valor adicionado da indústria, tem tradição industrial, sobretudo em Estância. A agroindústria da laranja é forte, fazendo de Estância o maior exportador de Sergipe. As atividades de confecções e cerâmica vermelha, embora importantes para parcela da população, não possuem potencial de geração de riquezas. O turismo, que já foi razoável no litoral, hoje é decadente. O território apresenta baixos indicadores sociais.
O Centro-Sul tem grande parte da sua economia oriunda dos serviços, sobretudo governamentais. Embora a indústria gere muitos empregos formais, gera pouco valor adicionado. A indústria de alimentos e de confecções se destacam. A pecuária de corte é forte na região. O Centro-Sul registra baixos indicadores sociais.
Sobre a Grande Aracaju é o principal polo industrial, comercial e de serviços de Sergipe, concentrando grande parte do emprego formal e do valor adicionado dessas atividades. Excetuando-se Aracaju, o território apresenta indicadores sociais baixos.
Henri Clay é alternativa
O sindicalista Joel Almeida, líder da corrente petista Articulação de Esquerda, divulgou texto nas redes sociais alertando dirigentes de seu partido de que é hora de buscar fortalecer o partido para a disputa da Prefeitura de Aracaju. Ele defende que o PT procure o advogado Henri Clay Andrade, que nas eleições passadas disputou vaga para o Senado Federal e obteve mais de 52 mil na capital, não só para que ele se filie ao PT, mas para disputar com Márcio Macêdo a condição de candidato a prefeito.
"Ao romper com Edvaldo [Nogueira, o prefeito], o PT se lança com candidatura própria para a cidade de Aracaju. Algumas tendências do PT estão defendendo o nome de Márcio Macedo, ex-deputado federal, vice-presidente nacional do PT. Um quadro importante. No entanto, pra essa eleição precisamos nos fortalecer mais. E para isso, vale a pena convidar Henri Clay Andrade para se filiar ao partido. Ao nosso ver, Henri Clay viria pra formar chapa com Márcio, e a partir de discussões internas consensuais, prévias ou pesquisa na sociedade se definiria o melhor nome pra encabeçar a chapa", escreve o professor.
E completa: "A história de Henri Clay o credencia para esse processo. Renomado advogado trabalhista, cujo escritório sempre defendeu causas dos trabalhadores. Um defensor da justiça social, inclusive com posicionamento firme e claro contra o impeachment de Dilma, contra a prisão de Lula, contra a reforma trabalhista e contra a reforma previdenciária de Bolsonaro e a de Belivaldo".
A nota da Articulação de Esquerda foi divulgada 24 horas depois de Henri Clay informar sobre um demorado encontro com o vereador Professor Bittencourt, presidente do diretório municipal do PCdoB. Segundo o advogado, foi uma "conversa sincera, clara e amistosa, como deve ser na política e na vida. Debatemos ideias sobre Aracaju e a conjuntura política e econômica do nosso País! Dialogamos bastante sobre #justicasocial."
A Tribuna apurou que, na verdade, Professor Bittencourt foi o porta-voz do grupo do prefeito Edvaldo Nogueira para convidá-lo formalmente para ingressar no PCdoB e se credenciar como candidato a vice-prefeito na chapa de Evaldo, que há 15 dias se desfiliou do partido. Henri Clay disputou o Senado em 2018 filiado ao PPL, partido que acabou se fundindo com o PCdoB, porque não alcançaram a cláusula de barreira. De lá pra cá o advogado ficou sem partido.
O PT e Edvaldo
O senador Rogério Carvalho (PT) teve uma reação dura contra o prefeito Edvaldo Nogueira, em função do seu encontro com o ex-ministro Ciro Gomes, que disputou a presidência em 2018 e se transformou num dos maiores críticos do ex-presidente Lula. Em entrevista a Fan, Rogério questionou: "Onde estava Edvaldo quando Lula foi preso? Onde estava Edvaldo quando Dilma perdeu o poder?" e respondeu: "Nós continuamos no mesmo lugar, mas Edvaldo foi para o lado de um dos maiores opositores de Lula hoje, que é Ciro Gomes. Ele mudou, agora terá que dar explicações ao povo".
Na quarta-feira, Edvaldo, em almoço com Ciro Gomes e o prefeito de Fortaleza, Claudio Roberto (PDT), definiu sua ida definitiva para o PDT. Eles conversaram longamente sobre a política nacional, os caminhos da centro-esquerda no Brasil e a necessidade de uma ampla unificação em prol da democracia, dos direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro para construir uma alternativa ao atual governo.
Ciro Gomes revelou que vem acompanhando a trajetória de Edvaldo Nogueira, desde os aspectos que realçam a sua administração municipal às tratativas que o prefeito deu início ainda no ano passado junto ao presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, e ao deputado federal Fábio Henrique, presidente estadual do partido em Sergipe. "A vinda do prefeito Edvaldo Nogueira para o PDT representa uma grande aquisição. Trata-se de um quadro qualificado, com comprovada capacidade política e gerencial, e cuja atuação nas nossas fileiras vai ajudar muito o partido nacionalmente", disse Ciro.
Edvaldo considerou a reunião como "extremamente produtiva". "Foi reveladora de inúmeros pontos de convergência entre o meu pensamento e o de Ciro Gomes, tanto no plano do diagnóstico nacional, quanto na visão de saídas e soluções para o Brasil a partir do campo progressista", comemorou o prefeito.
A filiação de Edvaldo ao PDT foi marcada para a primeira quinzena de março, com a presença de Ciro e de outros dirigentes nacionais do PDT.
Os processados
Levantamento feito pelo G1 mostra que 50 deputados federais respondem hoje a processos criminais na Justiça. O dado representa 10% do total de parlamentares na Câmara (513). São, ao todo, 95 processos – apenas um dos deputados responde a 30 ações (quase 1/3 do total).
O leque de crimes pelos quais os deputados são réus na Justiça é variado: vai desde calúnia, injúria, difamação, corrupção e falsidade ideológica até furto, estelionato, lesão corporal e tortura.
De Sergipe aparece o nome do deputado federal Valdevan 90 por fraude eleitoral. O deputado teve a sua posse ameaçada e passou uma temporada preso por irregularidades graves na prestação de contas de sua campanha eleitoral.
Com Agências