A POLÍTICA É UM RASTILHO DE PÓLVORA
Publicado em 02 de dezembro de 2021
Por Jornal Do Dia
Por Rômulo Rodrigues
No fim de semana passado aconteceu uma efervescência em um ninho da política que aponta enquanto alguns nervos estão tensos e uma simples opinião causou reboliços nos áulicos e destemperança no personagem que se sentiu atingido.
Nada que tivesse a intenção de mexer na panela de feijoada que está sendo preparada para a alimentação da eleição; apenas publicação de conversa num café da manhã entre um mestre jornalista e um abestado tarefeiro que, de tanto fazer mandado, ousou emitir suas opiniões, deixando nervoso quem não deveria, caso estivesse lembrado o que escreveu o velho Lenin; um passo à frente e dois para trás.
É sabido que os grandes filósofos e sociólogos já disseram que a política é ciência e arte e que não prospera quem só pratica uma das duas assertivas, em exagero, em relação à outra.
Tem que haver equilíbrio, sincronismo e muita sabedoria. No caso específico, não basta se aprofundar em demasia em clássicos do pensamento e da ação política; ajuda bastante ler o que falaram Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Ulisses Guimarães, Afonso Arinos de Melo Franco, Tancredo Neves, Leonel Brizola e principalmente o que falou, está falando e fazendo Luiz Inácio Lula da Silva.
Porém, não basta só isso; para o momento é necessário prestar atenção nas passadas dos demais componentes.
O PSDB acaba de realizar sua prévia eleitoral e o seu pré-candidato é o governador de São Paulo João Doria que patina nas pesquisas na margem de erro.
Mesmo assim, não é para ser descartado. Em 2016, saiu do nada e conseguiu ser eleito na capital paulista vencendo Fernando Haddad, considerado por órgãos internacionais, o melhor prefeito de metrópole do ocidente.
O mesmo Doria que ficou na prefeitura por apenas 15 meses, entregando o município ao neto de Mário Covas, descumprindo a palavra empenhada junto ao eleitorado, de que ficaria até o fim do mandato, disputou e venceu a eleição para o governo do estado, ganhando do governador que disputava a reeleição.
João Doria, portanto, é sujeito matreiro, e se você acredita que o jegue tem sete manhas, ele tem manhas de sete jegues. É esperar qual a geringonça que vai construir.
O império Globo, com todo seu arsenal de mentiras e analistas tendenciosos já apresentou Sergio Moro como candidato a presidente da República e escolheu para que ele, Rodrigo Janot, Deltan Dallagnol e o ex-general Santos Cruz se filiassem ao Podemos, que vem a ser o partido de propriedade do senador Álvaro Dias, um dos mais repugnante político do país.
Ciro Gomes, que se esforça ao máximo para exercer o papel de Cristiano Machado de 1950, correndo o risco de ser batizado como Marina Silva de calça comprida, que não emplaca o seu jeito espalha brasa ou, deixa que eu chute, não consegue sequer, a medalha de prata no seu reduto eleitoral, o Ceará.
Jair Messias Bolsonaro é a prova viva de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e com uma aprovação ridícula de 19%, está sendo aconselhado até pelo filho mais velho a não disputar outro mandato, mas, sua moeda de troca é muito difícil de ser aceita no mercado; um amplo acordo, com o Supremo, com tudo, para ele e seu filhos escaparem da prisão.
No conjunto total para a futura disputa já estão se inscrevendo, nada mais nada menos, que 11 pré-candidatos, para que na hora da partida estejam alinhados uns cinco ou seis, de acordo com os movimentos que acontecerão entre as datas de 02 de março até 02 de abril de 2022.
Até lá, muitas escaramuças acontecerão, mas os prognósticos indicam que o candidato, até então favorito, o ex-presidente Lula, vai precisar que sua gente do PT, deixe a ambição pessoal de lado, e saiba construir coligações e federações locais que lhe garantam uma boa governabilidade nas duas casas congressuais, elegendo robustas bancadas de senadores e deputados federais.
A política, mais do que nunca, no ano de 2022 tem que ser coisa para gente grande. Quem provocar uma faísca muito próxima do rastilho, antes do tempo, corre o risco de sair chamuscado ou queimar os que estão mais próximo.
* Rômulo Rodrigues é militante político