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A pregação ideológica global na eleição estadunidense


Publicado em 14 de novembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Rômulo Rodrigues

 

No fantástico de domingo, dia 3 de novembro, o Sistema Globo gastou quase todo o horário nobre para mostrar seu casal porta voz do sonho americano, William Bonner e Renata Lopretti, para anunciar de lá da capital do império, que estariam a postos para acompanhar os movimentos da carruagem da salvação do mundo ou, o apocalipse.
Na noite seguinte, anterior à do dia consagrado como da votação, o noticiário internacional já dizia que 80 milhões já haviam votado pelos métodos análogos aos de votações no Brasil da República velha, aquela do Café com Leite, derrubada na tal revolução de 1930 comandada por Getúlio Vargas.
Os números anunciavam que metade ou mais do que seria apurado já havia sido enviado pelos correios e o casal fabricante das verdades só faltava babar para dar um enfoque que anunciaria com toda pompa e circunstancia como empregado do maior aparato de comunicação da colônia, a vitória da democracia no sistema eleitoral mais moderno e seguro do planeta.
O mesmo casal que anunciara, dois anos antes, a vitória de Lula sobre Bolsonaro, em uma virada salvadora, sem demonstrar emoção ou entusiasmo e que agora se rende perante o imenso orgulho de ter visto e noticiado a eleição mais limpa já vista, na democracia mais perfeita do mundo.
Será? Não é! Já na terça feira, dia do juízo final, o jornalista Moisés Mendes fez em seu Blog um alerta digno de muita atenção.
Segundo ele, a eleição estadunidense nos empurra para um longo período de insônia pelo alerta do The New York Times, classificando o pleito como uma guerra existencial.
Antes, é preciso raciocinar sobre fatos incrédulos como, por exemplo: a ênfase dada pelas reportagens sobre os candidatos diante de um quadro de mais de 50% já votados, Trump e Kamala terem dado virote na noite anterior à data magna, numa provável estratégia de manter todas as colônias em suspense, quando sabiam que a eleição já estava decidida em favor do candidato republicano.
Diante de tanta magnitude do espetáculo das transmissões, há de se concluir que fazer o povo brasileiro ficar dominado pela expectativa de que o nosso futuro estará em total dependência da eleição de lá, é a maior e mais descabida declaração de submissão e de legitimidade do complexo de vira lata.
Váde retro satanás! O Brasil de hoje é um país que se põe em posição de igualdade e importância na geopolítica mundial, muito mais do que eles tentam nos fazer acreditar.
A vitória esmagadora de Donald Trump não tende a ser pior para o Brasil do que a manutenção do domínio dos democratas, caso Kamala saísse vencedora.
Tudo vai depende da correlação de forças na geopolítica global. Donald Trump foi presidente entre 2017 e 2021, pegando um período de dois anos em que Bolsonaro governou e, nem mesmo assim, ousou propor qualquer mordida no patrimônio brasileiro. De doido só tem a cabeleira.
Enquanto isso, contraditoriamente, no inicio dos oito anos de Obama o vice-presidente Joe Biden veio aqui e tentou emparedar a presidenta Dilma Rousseff, reivindicado um enorme quinhão do Pré-sal, para as irmãs estadunidenses do Petróleo.
Resumo da ópera bufa: ao receber um sonoro não de Dilma, juntou-se ao investidor mexicano Jorge Soros pegaram carona em mobilizações estudantis contra um aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus e metrôs autorizados pelo prefeito Fernando Haddad na capital paulista e financiaram as jornadas de junho de 2013, que resultaram na catástrofe que está sendo superada pelo governo Lula.
O terreno fértil arado e adubado pela farsa de um mensalão que nunca existiu, por uma operação lava jato que estava à procura de um mote com um juiz corrupto, que fora precedido por um ministro da suprema corte que retardou o julgamento por cinco anos até ser presidente do STF, deu no que deu: quase destruição da economia e o despertar de uma enorme população silenciosa que habitava o fundo do poço.
A ofensiva atual em cima do governo federal por um tal ajuste fiscal, nada mais é do que pressão midiática dos agiotas do mercado para abocanharem R$ 52,8 bilhões dos diversos programas sociais para dar de mão beijada a eles.
Está mais do que na hora de ser criado um movimento de massa da sociedade civil para exigir que as empresas que tem controle do Estado Brasileiro tipo: Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e demais, deixarem de gastar em propagandas e patrocínios nos sistemas Globo, Record, Bandeirantes, SBT, Folha e Estadão para fazer fundo e cobrir qualquer déficit fiscal. Alguém topa ir para as ruas?

 

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político

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