A prisão de Roberto Jefferson

Roberto Jefferson, presidente do PTB, foi preso on tem, após dilatado período incorrendo em crime,  ao incitar parte da população, uma verdadeira horda de reacionários, contra as instituições da República. Ainda depois de detido, esbravejou contra o ministro Alexandre de Moraes, à frente do inquérito que apura a produção e divulgação de Fake News. Não demora, deve passar a falar fino, pianinho, pianinho.
Há precedentes. Antes de ser enquadrado por razões muito parecidas, o deputado Daniel Silveira reagiu aos berros e palavrões. Uma breve temporada no inferno, contudo, bastou para o valente baixar a crista. Nem mesmo o mandato parlamentar o poupou de responder por seus crimes.
Convém esclarecer a confusão estabelecida de forma deliberada: Roberto Jefferson e Daniel Silveira não foram presos por delito de opinião, como alega a defesa dos acusados. O argumento mistura alhos e bugalhos. Ocorre que as garantias democráticas não podem ser evocadas justamente para atacar as instituições que lhes sustentam. Também não há como confundir a fabricação e divulgação de Fake News com o exercício da liberdade de expressão.
Este não é um episódio menor, apesar da desimportância do personagem – um nanico político e moral, francamente mesquinho. Trata-se de reação das instituições democráticas, alvo de ataques continuados, realizados com o patrocínio de uma força política tão reacionária e retrógrada a ponto de fazer apologia aberta a um golpe de estado. O absurdo não pode ser naturalizado. Já passa da hora de um basta!