A Produção de Energia no Brasil
Publicado em 08 de junho de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Saumínio Nascimento
Apresentarei neste ensaio, alguns dados da produção de energia no Brasil, na lógica de conhecimento da realidade econômica de uma importante variável que interfere na vida da população e no funcionamento da economia. A publicação mais recente produzida pelo Ministério de Minas e Energia é da base de janeiro de 2024 e trata-se do Boletim Mensal de Energia. Referido documento traz como um dos destaques o aumento de 31,1% no consumo do etanol automotivo, na comparação com o mesmo período de 2023.
Para o Ministério das Minas e Energia, a maior participação do combustível renovável é um sinal positivo para o país, pois demonstra a importância e o potencial do etanol brasileiro no processo de descarbonização do setor de transporte, com consequências benéficas ao meio ambiente, como a diminuição das emissões de CO2.
Os dados de janeiro também apontaram para uma redução do preço do etanol hidratado em cerca de 12%. O Ministério das Minas e Energia também apontou que o uso de energia em veículos leves, do ciclo Otto (gasolina, etanol e gás natural), também apresentou um aumento da ordem de 9,7%, puxado pelo maior consumo do combustível renovável.
Os dados que serão apresentados foram coletados no Boletim Mensal de Energia – BME que é um documento produzido pelo Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética – DIEE, que tem como objetivo acompanhar um conjunto de variáveis energéticas e não energéticas capazes de permitir razoável estimativa do comportamento mensal e acumulado da demanda total de energia do Brasil.
Um dado positivo do Boletim é que a proporção de participação de energias renováveis na oferta interna de energia aumentou para 49,1%, patamar superior ao do ano passado que foi de 48,1%, isto ocorreu em decorrência da maior geração de energia hidráulica.
Os dados acima, na base de janeiro/2024, são discriminados da seguinte forma, na oferta de energia: petróleo (34,3%), hidráulica (14,2%), produtos de cana (16,1%), gás natural (10,3%), lenha e carvão vegetal (8,3%), outras fontes renováveis e não renováveis (8,2%), carvão mineral (4,2%), solar (1,9%), eólica (1,8%) e urânio (1,4%).
Ainda sobre o quesito e energias renováveis, tema de atenção em todo o mundo, o Boletim relata que a produção de cana-de-açúcar, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), teve um aumento de 24,1% em relação à safra 2022/2023e com isso, o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho, teve um aumento de produção de 15,0%, contribuindo para o fortalecimento de energias renováveis em nosso país.
Alguns dos demais destaques do primeiro mês de 2024, de forma setorizada foram os seguintes:
Petróleo e gás natural em alta – a produção de petróleo e de gás natural cresceram, apresentando avanços de 7,3% e 7,5% respectivamente, no acumulado do ano.
Metalurgia e mineração – no acumulado no ano, a produção de aço teve um pequeno aumento de 0,4% e as exportações de minério de ferro avançaram em 17,1%. Já a exportação de pelotas apresentou aumento de 38,4%.
Oferta de energia hidráulica em alta – a oferta de energia hidráulica apresentou alta de 2,1% no acumulado no ano. A média mensal foi de 56.450,0 MWmed. Já a oferta de Itaipu, para o mesmo período, avançou 25,6%.
Oferta de energia eólica em queda – a oferta de energia eólica, em janeiro de 2024, teve uma redução de 14% no acumulado no ano. No primeiro mês deste ano entraram em operação 422,0 MW de potência de usinas eólicas, valor 51% inferior ao do ano passado para o mesmo período.
Intercâmbio internacional de energia elétrica – em janeiro deste ano o Brasil exportou 444 MWmed para a Argentina, e 9 MWmed para o Uruguai.
Disponibilidade de gás natural em queda – a disponibilidade para consumo de gás natural apresentou queda de 5,8% no acumulado no ano.
Carvão mineral para geração elétrica – para o carvão mineral, houve um aumento de 10,8% para geração elétrica pública, no acumulado no ano.
Consumo de etanol automotivo em alta – seguindo a tendência observada nos meses anteriores, notou-se um aumento de 31,1%, no consumo do etanol automotivo, em relação à janeiro do ano anterior, sendo uma demonstração do enorme potencial do etanol brasileiro no processo de descarbonização do setor de transportes, o que tem consequências benéficas ao meio ambiente.
Consumo de eletricidade em alta – o consumo de eletricidade do setor residencial cresceu 15,0% em relação a janeiro de 2023. Já o consumo industrial aumentou 6,9% ao passo que o consumo comercial cresceu 10,3%.
Pelo apresentado e considerando-se que as pautas relacionadas ao setor energético possuem relevância para o planejamento estratégico das unidades federativas do Brasil, julgo que seria importante que as Secretarias Estaduais que cuidam da matéria em seus respectivos estados, informassem para a sociedade a oferta e a demanda mensal de energia para o devido planejamento do setor produtivo e residencial no consumo de energia. Este é um ponto que pode ser pauta do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Minas e Energia – FNSME.