Sexta, 17 De Janeiro De 2025
       
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A quem interessa esse crescimento?


Publicado em 07 de junho de 2021
Por Jornal Do Dia


 

 * João Daniel
Apesar da crise econômica e sanitária que enfrentamos, o Ministério da Economia comemora o resultado da balança comercial, que registrou superávit recorde de US$ 10,349 bilhões em abril, e o presidente Jair Bolsonaro comemora a manutenção do crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano, já que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre teve crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior (IBGE).
Esquecem que, mesmo com um crescimento acima do esperado pelo mercado de janeiro a março, o Brasil está numa situação social insustentável, com a inflação em alta, os juros subindo, o desemprego assustador e o risco de uma nova onda da pandemia de coronavírus, em função da pouca importância dada pelo governo ao programa de vacinação.
Forçados pela persistente queda de popularidade do governo, os seus ministros e seguidores comemoram qualquer coisa, inclusive os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o qual mostra que em janeiro deste ano foram contratados 1.527.083 trabalhadores formais, sem dizer que no período foram demitidos 1.266.730, e que, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgados pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil subiu 14,7% no primeiro trimestre de 2021 e atingiu o recorde de 14,8 milhões de brasileiras e brasileiros desocupados.
Com o desemprego recorde e sem o auxílio emergencial, só retomado em abril com valores entre R$ 150 e R$ 375, muito aquém dos R$ 600 e R$ 1.200 anteriores, a alta do PIB no primeiro trimestre e o fato da balança comercial ter registrado o maior superávit em 33 anos só foram sentidos por parte da população, principalmente os grandes agricultores, para quem o aumento da demanda global por commodities foi puxado pelas exportações de grãos, de minérios e de petróleo bruto, principalmente pela China, maior comprador de produtos brasileiros, como alimentos e minério de ferro, e pelas elites financeiras e empresariais que especulam no mercado, com pouca contribuição ao desenvolvimento social.
Com essa exportação de commodities, associada à política cambial, o Brasil está sofrendo um choque de preços sem precedentes e isso é sentido pelos consumidores, especialmente nos supermercados e postos de gasolina.
 Os combustíveis, como a gasolina e o diesel, subiram mais de 40% nas refinarias só nos últimos dois meses e, nos postos de gasolina, já registram os maiores preços de sua história. Para o consumidor, a variação do preço da gasolina este ano passou de 43%. Isso tende a aumentar com a entrega das nossas refinarias.
Comprar gasolina e óleo diesel ao preço de paridade ao dólar tem elevado os preços de todos os nossos produtos e a exportação de alimentos, sem uma formação de estoques regulares internos e sem apoio à agricultura familiar, responsável pela produção dos alimentos que vão para a mesa da população brasileira, têm levado à fome pelo menos 58% do nosso povo.
Outro ponto que Bolsonaro esquece de dizer na comemoração das privatizações é que isso tem a ver com a desestruturação das empresas públicas prioritárias para o nosso desenvolvimento sustentável, como a Eletrobras, Petrobras e os bancos públicos.
Uma insegurança alimentar (fome) que também atinge brasileiros e brasileiras de forma desigual por região, pois essa situação no Nordeste alcança 73,1% da população e Norte 53%, enquanto no Sul a taxa, também alta, é de 51,6% e no Sudeste de 53,5% e de 46,7% no Centro-Oeste.
Sair novamente do Mapa da Fome será uma das metas do Plano de Reestruturação do Brasil, que pressupõe a eleição de um governo e um Parlamento comprometidos com as causas populares.
*João Daniel, deputado federal e presidente do Diretório Estadual do PT/SE

 * João Daniel

Apesar da crise econômica e sanitária que enfrentamos, o Ministério da Economia comemora o resultado da balança comercial, que registrou superávit recorde de US$ 10,349 bilhões em abril, e o presidente Jair Bolsonaro comemora a manutenção do crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano, já que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre teve crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior (IBGE).
Esquecem que, mesmo com um crescimento acima do esperado pelo mercado de janeiro a março, o Brasil está numa situação social insustentável, com a inflação em alta, os juros subindo, o desemprego assustador e o risco de uma nova onda da pandemia de coronavírus, em função da pouca importância dada pelo governo ao programa de vacinação.
Forçados pela persistente queda de popularidade do governo, os seus ministros e seguidores comemoram qualquer coisa, inclusive os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o qual mostra que em janeiro deste ano foram contratados 1.527.083 trabalhadores formais, sem dizer que no período foram demitidos 1.266.730, e que, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgados pelo IBGE, a taxa de desemprego no Brasil subiu 14,7% no primeiro trimestre de 2021 e atingiu o recorde de 14,8 milhões de brasileiras e brasileiros desocupados.
Com o desemprego recorde e sem o auxílio emergencial, só retomado em abril com valores entre R$ 150 e R$ 375, muito aquém dos R$ 600 e R$ 1.200 anteriores, a alta do PIB no primeiro trimestre e o fato da balança comercial ter registrado o maior superávit em 33 anos só foram sentidos por parte da população, principalmente os grandes agricultores, para quem o aumento da demanda global por commodities foi puxado pelas exportações de grãos, de minérios e de petróleo bruto, principalmente pela China, maior comprador de produtos brasileiros, como alimentos e minério de ferro, e pelas elites financeiras e empresariais que especulam no mercado, com pouca contribuição ao desenvolvimento social.
Com essa exportação de commodities, associada à política cambial, o Brasil está sofrendo um choque de preços sem precedentes e isso é sentido pelos consumidores, especialmente nos supermercados e postos de gasolina.
 Os combustíveis, como a gasolina e o diesel, subiram mais de 40% nas refinarias só nos últimos dois meses e, nos postos de gasolina, já registram os maiores preços de sua história. Para o consumidor, a variação do preço da gasolina este ano passou de 43%. Isso tende a aumentar com a entrega das nossas refinarias.
Comprar gasolina e óleo diesel ao preço de paridade ao dólar tem elevado os preços de todos os nossos produtos e a exportação de alimentos, sem uma formação de estoques regulares internos e sem apoio à agricultura familiar, responsável pela produção dos alimentos que vão para a mesa da população brasileira, têm levado à fome pelo menos 58% do nosso povo.
Outro ponto que Bolsonaro esquece de dizer na comemoração das privatizações é que isso tem a ver com a desestruturação das empresas públicas prioritárias para o nosso desenvolvimento sustentável, como a Eletrobras, Petrobras e os bancos públicos.
Uma insegurança alimentar (fome) que também atinge brasileiros e brasileiras de forma desigual por região, pois essa situação no Nordeste alcança 73,1% da população e Norte 53%, enquanto no Sul a taxa, também alta, é de 51,6% e no Sudeste de 53,5% e de 46,7% no Centro-Oeste.
Sair novamente do Mapa da Fome será uma das metas do Plano de Reestruturação do Brasil, que pressupõe a eleição de um governo e um Parlamento comprometidos com as causas populares.

*João Daniel, deputado federal e presidente do Diretório Estadual do PT/SE

 

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