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A situação do PSB
Publicado em 29 de outubro de 2014
Por Jornal Do Dia
O PSB a nível nacional sempre foi um aliado do PT, com a maior liderança do partido, o então deputado federal Eduardo Campos, tendo sido ministro de Ciência e Tecnologia no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Campos se tornou um dos principais articuladores do governo Lula, em 2002, quando assumiu o terceiro mandato de deputado federal. Um ano depois se tornou ministro e em 2005 chegou à presidência nacional de seu partido.
Foi eleito governador de Pernambuco em 2006. Com índices altos de popularidade e governo bem avaliado, Eduardo conquistou a reeleição ainda no primeiro turno, tornando-se o governador mais bem votado do Brasil em 2010. Campos nunca se distanciou de Lula.
O então presidente contribuiu muito para que ele viesse a fazer um bom governo, pois levou para Pernambuco uma refinaria de petróleo, um estaleiro, fábricas de automóveis e começou as obras de duplicação da BR – 101 no Estado. Esses investimentos do Governo Federal, entre outros, levou Pernambuco ao desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda.
Pelo desejo de concorrer à presidência da República, em 2014 Eduardo Campos lançou-se candidato ao Planalto. Coerentemente, o partido decidiu deixar os ministérios e demais cargos que ocupava no governo da presidente Dilma Rousseff.
Em 13 de agosto Campos morre em acidente trágico de avião, com mais sete pessoas, incluindo o ex-deputado federal Pedrinho Valadares (PV). O partido coloca a sua vice, Marina Silva, como a candidata ao Planalto. Marina não chegou ao segundo turno e começou uma discussão interna do partido sobre quem apoiar.
Em reunião da Executiva Nacional, por ampla maioria, foi decidido que o PSB apoiaria o tucano Aécio Neves. Alguns Estados, a exemplo da Bahia, não acatou e fez a opção de retornar a antiga base aliada e apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Sergipe decidiu assinar embaixo o que a Executiva deliberou, mesmo tendo um vice-governador [Belivaldo Chagas] eleito na chapa encabeçada por Jackson Barreto (PMDB), que apoiava a candidata petista.
Cinco dias após o PSB nacional declarar apoio à candidatura de Aécio, o ex-presidente do partido, Roberto
Amaral, renunciou ao cargo e não poupou criticas públicas chegando a afirmar que a sigla "renunciou ao seu futuro". "Quando se alia a Aécio Neves, o PSB renega seus compromissos programáticos e estatutários. Joga no lixo da história a oposição que moveu ao governo FHC e o esforço de seus fundadores para instalar no solo da paupérrima política local uma resistência de esquerda, socialista e democrática".
Disse ainda Amaral que a decisão do partido vai contra a posição de Eduardo Campos de "denúncia da velha, nociva e artificial polarização entre PT e PSDB, que só interessa, dizia ele, aos verdadeiros detentores do poder". O ex-presidente da sigla ainda questiona: "Como honrar esse legado tornando-se refém de uma de suas pernas [um dos pilares dessa polarização], justamente a mais atrasada?".
As urnas mostraram que Amaral estava certo. Em Pernambuco, o PSB elegeu governador Paulo Câmara no primeiro turno, com 68,08% dos votos; Marina Silva ganhou no primeiro turno no Estado e Aécio Neves perdeu feio no segundo turno. Dilma Rousseff conquistou 70,19% dos votos, obtendo o tucano 29,81% no segundo turno.
De nada adiantou o apoio da viúva de Eduardo Campos e dos filhos ao candidato tucano, assim como de Marina Silva. Os pernambucanos disseram não a decisão do partido do neto de Miguel Arraes em apoiar a direita e de não reconhecer os benefícios que o governo do PT levou ao Estado.
Os sergipanos também disseram não a Aécio Neves e todos os que apoiaram o tucano, incluindo o senador Valadares (PSB), o prefeito João Alves (DEM), o ex-governador Albano Franco (PSDB), o senador Eduardo Amorim (PSC) e a senadora Maria do Carmo Alves (DEM).
Em Sergipe, o apoio do PSB a Aécio Neves pode ter sequelas políticas dentro de um grupo que se mantém aliado há quase duas décadas. Basta ver os ataques públicos, quase que diários, entre o governador Jackson Barreto e o senador Valadares.
Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos …
Indignação 1
Um eleitor bem próximo dos apoiadores do candidato Aécio Neves (PSDB) disse à coluna que é obrigado a concordar com o governador eleito Jackson Barreto (PMDB), quando afirmou que as lideranças políticas que apoiaram o candidato tucano em Sergipe não foram às ruas fazer campanha para ele, realizando apenas "convenções logísticas" na CDL. Conta que na caminhada pró-Aécio, realizada sábado à tarde, véspera da eleição, na Orla de Aracaju, teve lideranças que chegaram sozinhas no começo e outras no final do ato, e teve ainda quem não compareceu e não mobilizou ninguém.
Indignação 2
Segundo ele, o vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) chegou para a caminhada somente com o motorista; o senador Valadares apareceu sem nenhuma liderança do PSB no final; os vereadores Vinícius Porto (DEM) e Adriano Taxista (PSDB) também chegaram no final. "O prefeito João Alves, que é a maior liderança da oposição, não foi e nem mobilizou ninguém. Que movimento pró- Aécio foi esse?", questionou.
Agenda
O governador Jackson Barreto embarca hoje para Brasília em busca de recursos nos ministérios e amanhã estará no Rio de Janeiro para uma visita ao BNDES, também com o objetivo de capitalizar recursos para Sergipe. Diante disso, somente na próxima semana começará a tratar da reforma administrativa que fará no seu próximo governo e também abrirá diálogo com deputados sobre a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para o biênio 2015/2016.
Reforma
Sobre a reforma administrativa, Jackson Barreto quer cumprir a promessa de campanha de reduzir oito secretarias. Para isso, vai extinguir e promover a fusão de algumas secretarias e diretorias. Disse que está consciente que a reforma vai causar "contrariedade" a aliados.
Assembleia
Com relação a ampliar a bancada na Assembleia Legislativa, hoje com 14 deputados, e a discutir a eleição da Mesa Diretora, o governador afirma que não tem problema algum em conversar com parlamentares da oposição. Exclui apenas o deputado Capitão Samuel (PSL) por ter se utilizado de "artifícios baixos" na campanha eleitoral contra ele. "Seria como dar um tapa na cara do povo", avalia.
Férias vêm depois
Segundo Jackson, ele vai tratar dessas pautas até dezembro e somente em janeiro reservará alguns dias para descansar da campanha eleitoral. Sabe que o estado estará em boas mãos com o seu vice Belivaldo Chagas (PSB).
O favorito
Nas rodas políticas, o que se comenta é que o nome da preferência do governador para presidir a Assembleia é o deputado estadual eleito Luciano Bispo (PMDB). Além de ser do seu partido, Luciano sempre foi companheiro, amigo e leal a JB. Estão na disputa também pela presidência os deputados reeleitos Zezinho Guimarães (PMDB), Luiz Garibalde (PMDB), Gustinho Ribeiro (PSD) e Jeferson Andrade (PDT).
De cabo a rabo
A presidente Dilma Rousseff ganhou em todos os 75 municípios de Sergipe. Ela obteve mais de 80% dos votos em municípios como Canhoba (83,33%), Nossa Senhora de Lourdes (82,51%), Santo Amaro das Brotas (82,35%), Graccho Cardoso (81,95%), Canindé do São Francisco (81,22%), Indiaroba (80,36%), Pacatuba (80,30%) e Maruim (80,20%).
Festa no interior
Jackson Barreto e Luciano Bispo comemoraram ontem, em Itabaiana, a vitória de Dilma Rousseff com uma grande carreata no município. Em Itabaiana, terra natal de Eduardo Amorim, a candidata do PT ganhou com 60.43% dos votos, perdendo o seu candidato Aécio Neves com 39,57%.
Cobrança
O deputado federal Silvio Costa (PSC-PE) cobrou ontem, em Plenário, uma atitude da Mesa Diretora da Câmara em resposta à declaração do jornalista Diogo Mainardi, do programa Manhattan Connection, da Globo News. Segundo Costa, o jornalista teria ofendido os nordestinos ao afirmar que "a presidente Dilma foi eleita porque os nordestinos eram bovinos".
Prestando contas 1
Os candidatos que participaram somente do primeiro turno das Eleições 2014, realizado em 5 de outubro, têm até o próximo dia 4 de novembro para prestar as contas dos recursos arrecadados e das despesas de campanha. Já os candidatos a presidente da República e a governador que disputaram o segundo turno no último domingo devem prestar contas de campanha à Justiça Eleitoral até 25 de novembro. São obrigados a prestar contas: o candidato e os diretórios partidários, nacional e estaduais, em conjunto com seus respectivos comitês financeiros.
Prestando contas 2
Todos os candidatos devem prestar contas, inclusive os que tenham renunciado à candidatura ou desistido dela; os que foram substituídos e aqueles que tiveram o seu registro indeferido pela Justiça Eleitoral. Esses candidatos devem prestar contas correspondentes ao período em que participaram do processo eleitoral, mesmo que não tenha realizado campanha. No caso de falecimento do candidato, a responsabilidade da prestação de contas é de seu administrador financeiro.
Veja essa…
Do governador Jackson Barreto sobre o tratamento que terá com o prefeito João Alves com relação a recursos para Aracaju, após as eleições em que o líder do DEM apoiou Eduardo Amorim para o governador e Aécio Neves para presidente: "Não serei mais guia de João Alves nos ministérios, em Brasília. Fiz muito isso, não farei mais. João agora que procure outra companhia. Eu continuarei trabalhando por Aracaju, que é minha primeira paixão".
Curtas
A amigos, o líder da oposição na Assembleia Legislativa, Venâncio Fonseca (PP), tem admitido que deixará o cargo na próxima legislatura por não ter sido prestigiado nem valorizado pelo seu líder político João Alves.
Sabe-se que João Alves não ofereceu a Venâncio a indicação, sequer, de um porteiro de escola. E nas eleições deste ano apoiou para deputado estadual Georgeo Passos (PTC), filho do ex-deputado estadual Antônio Passos (DEM).
Em tom de chacota, um amigo de Venâncio Fonseca disse à coluna que pelo tratamento que João Alves dispensa ao seu líder na Assembleia, o próximo líder da oposição devia ficar entre Georgeo Passos ou Dr. Vanderbal (PTC), que vem a ser o marido da presidente Angélica Guimarães (PSC).
É quase certo que o líder da oposição na Assembleia venha a ser o Capitão Samuel. Ele já declarou estar disposto a continuar o trabalho de Venâncio, fazendo uma oposição "qualificada e investigativa".
O prefeito Carlos Magno (DEM) encaminha a Câmara Municipal pedido de licença por até 15 dias, para tratar de assuntos pessoais. Assumirá o comando do município o vice-prefeito Filadelfo Alexandre (PMDB).