Abandonados à própria sorte
Publicado em 27 de maio de 2021
Por Jornal Do Dia
Povos e Comunidades Tradicionais de Sergipe, qui lombolas, pescadores artesanais, marisqueiras, camponeses, estão passando fome. O drama de sentar à mesa somente para encarar um prato vazio não é exclusivo destes trabalhadores. Mas uma sucessão de eventos nefastos, a começar por um crime ambiental que permanece impune, os colocou bem no olho do furacão.
O Jornal do Dia faz menção, claro, ao derramamento de óleo na costa do nordeste brasileiro, ainda no início do governo Bolsonaro. O crime atingiu em cheio a subsistência de diversos profissionais. No entanto, apesar de o episódio entrar para a história como uma das maiores tragédias ambientais brasileiras, as autoridades jamais apontaram os responsáveis pelo ocorrido. Nem o farão.
A pandemia também não ajuda. Com o agravamento da insegurança alimentar no Brasil, um mal conhecido por milhões de cidadãos, o drama dos Povos e Comunidades Tradicionais em Sergipe corre o risco de ser naturalizado como um efeito perverso da crise. Não é assim. Trata-se, justamente, dos trabalhadores que sempre colocaram alimento na mesa das famílias locais amparados exclusivamente pela força dos próprios braço, com empenho e suor. Não é justo que agora sejam abandonados à sorte.
Não está fácil pra ninguém. O clima de incerteza em relação ao futuro deprime trabalhadores e a própria dinâmica da economia local. Não há expectativa de melhora, nem investimentos capazes de reverter a situação. O resultado está aí: Pelo menos 10 mil cidadãos, somente nas comunidades e povos tradicionais do estado, passam fome. O governador Belivaldo Chagas tem obrigação de olhar por essa gente.