Os policiais foram recebidos a tiros na pousada onde os bandidos estavam hospedados
Acusado de mandar matar capitão da PM é morto em Alagoas
Publicado em 22 de junho de 2018
Por Jornal Do Dia
O homem apontado como mandante do assassinato do capitão Manoel Oliveira, então comandante da Companhia de Operações em Área de Caatinga (Ciopac), morreu em confronto com a polícia na madrugada de ontem, em uma pousada na cidade de Rio Largo, região metropolitana de Maceió (AL). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE), ele é Jonathas dos Reis Assunção, o "Pai", 33 anos, apontado como líder de uma quadrilha de traficantes de drogas e autor de assassinatos ocorridos no sertão de Sergipe e em outros estados, como Bahia e Alagoas.
As buscas por ‘Pai’ foram deflagradas dentro da segunda fase da ‘Operação Rubicão’, deflagrada por equipes do Ciopac e do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), com apoio da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas. Os policiais foram mobilizados para cumprir um mandado de prisão preventiva contra Jonathas, apontado nas investigações como o principal interessado na morte do comandante. "Esse elemento é apontado como aquele que tinha o poder de decisão sobre a quadrilha, que poderia dar a ordem ou fazer cessar esse intento de ceifar a vida de Oliveira. No entanto, ele assentiu afirmativamente para que a ação criminosa se desencadeasse", disse o delegado André David, do Cope.
Jonathas foi encontrado na pousada junto com o primo, Renato Reis de Godoy, 49, que atuava também como segurança particular e também participou do confronto. Os dois estavam em quartos separados teriam reagido à abordagem dos policiais com uma escopeta e duas pistolas. Após serem baleados, os foragidos chegaram a ser levados ao Hospital Geral do Estado, em Maceió, onde morreram. "Era previsível que eles reagissem dessa forma virulenta, até porque, foi da mesma forma que eles ceifaram covardemente a vida do nosso colega Oliveira", afirmou o delegado. Além das armas, foi apreendido um documento falso que era usado por ‘Pai’ para fugir de Sergipe e morar em vários estados, como Alagoas, Bahia, Pernambuco e São Paulo.
Além de ordenar a morte do capitão, o acusado também teria financiado a organização e a execução do crime, que aconteceu em 4 de abril, na estrada de acesso a Monte Alegre de Sergipe (Sertão), onde o carro do policial foi atingido por cerca de 40 tiros de pistola e escopeta. Os policiais sergipanos descobriram que o ataque a Oliveira foi executado diretamente por cinco homens, incluindo Jackson dos Santos, 30, apontado como líder do grupo de pistoleiros que foi desbaratado na primeira fase da ‘Rubicão’, em 18 de maio, quando três investigados foram presos e outros oito morreram em confronto com policiais em cidades de Sergipe e da Bahia. De acordo com o delegado, as armas e os carros usados no assassinato foram arranjados através de dinheiro fornecido pelo acusado.
Jackson, um dos mortos, também teria decidido atacar o capitão para vingar a morte de um comparsa em outras operações da polícia contra a pistolagem no sertão. Já o motivo alegado por ‘Pai’ para mandar matar Oliveira também seria uma resposta dos criminosos ao trabalho incisivo de combate à ação das quadrilhas que agem em Sergipe, Bahia e Alagoas. "A ação da Caatinga incomodava muito os criminosos, e isso ficou claro nas investigações. Houve confrontos com membros da quadrilha, alguns com vínculos familiares. Mas o ponto crucial, não temos como saber, porque os executores tombaram em combate conosco, e esse destino foi escolhido por eles", afirmou o delegado. As investigações continuam para descobrir se há outros envolvidos com a quadrilha de Jonathas e se há alguma relação dele com alguma facção criminosa baseada no sudeste do país.