Agente do caos
Publicado em 20 de março de 2021
Por Jornal Do Dia
Os brasileiros estão morrendo feito moscas. Há duas semanas, não há outro lugar no mundo onde o Covid-19 faça tantas vítimas fatais quanto no Brasil. A situação é alarmante, calamitosa. Mas a ficha do presidente Bolsonaro ainda não caiu. Ao invés de finalmente dar o braço a torcer e fazer tudo o possível para levantar barreiras profiláticas contra o coronavírus, ele foi à barra dos tribunais, a fim de revogar o toque de recolher decretado por três governadores. Atua, portanto, contra a vida e a retomada segura da economia, em favor da pandemia.
Jair Bolsonaro é um agente do caos. Pouco importa se, em termos legais, o seu comportamento é suficiente para o caracterizar como um genocida. Isso é discussão para juristas. Em termos práticos, no entanto, ele já promoveu a morte centenas de milhares de brasileiros ao alardear teorias conspiratórias as mais absurdas. Bolsonaro mente. O presidente brasileiro não hesita em falsear dados, distorcer fatos, contar histórias da carochinha.
Bolsonaro é um caso único de presidente de costas para a população. Enquanto esteve presidente dos Estados Unidos, Donald Trump serviu de modelo ao par brasileiro. Após a sucessão americana, contudo, o Brasil restou isolado, como um leproso. Também pudera: O País tem menos de 3% da população mundial. No entanto, já é responsável por 22% de todas as novas mortes causadas pelo coronavírus e 16% de todos os novos casos de Covid-19 registrados no planeta inteiro.
Enquanto Bolsonaro aciona os governadores no STF, com o objetivo de liberar geral, a morte prospera. Ontem, somente depois de hesitações sem cabimento, o governo federal finalmente assinou contrato com a Pfizer e a Janssen para a compra de vacina contra a Covid-19, com entrega prevista para o segundo semestre. Tarde demais para quase 300 mil brasileiros.