O aparato estadual divulga de novo o Verão Sergipe.
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Ainda fora do mapa
Publicado em 09 de janeiro de 2025
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br
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Entra ano, sai ano, as estratégias adotadas pelo governo de Sergipe para alavancar o turismo na aldeia permanece a mesma, ancorados nos mesmos eventos, com os mesmos resultados pífios.
O aparato estadual se mobiliza agora para divulgar de novo o Verão Sergipe. Espero estar errado, mas antevejo a mesma programação manjada de edições recentes, sem o condão de atrair visitantes.
Ano passado, às vésperas do Carnaval, quando a busca por destinos turísticos cresce em razão exponencial – 35%, segundo levantamento do Google Brasil e da CVC, maior empresa do setor no País – o turismo Serigy se mostrou em toda a sua grandeza: tímido, frouxo, roto, lasso. As festas do homem abadá não despertam curiosidade de ninguém.
Homem abadá, o leitor habitual desta página bem o sabe, é só um apelido carinhoso, atribuído ao governador Fabio Mitidieri. Festeiro de marca maior, segundo todas as colunas sociais da terrinha, ele adotou a fé na festa como a única estratégia para promover o turismo estadual. O resultado é nulo.
Em termos práticos, neste particular, Sergipe não existe. Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador concentram o interesse dos viajantes. Aqui mesmo, no litoral nordestino, Porto de Galinhas (PE) e Porto Seguro (BA) transbordam de turistas ávidos por sol. Enquanto os gringos torram os seus dólares em outras praias, o Verão Sergipe fracassa escandalosamente.
Há aqui potencial de sobra para atrair a curiosidade dos forasteiros, longas faixas de praia, serras, rios, cachoeiras. Falta, no entanto, disposição e inteligência. De acordo com o Boletim do Turismo Doméstico Brasileiro, elaborado pelo Ministério do Turismo e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o ecoturismo é responsável por uma em cada quatro viagens de lazer no Brasil.
Todos os anos, o governo do Estado derrama um rio de dinheiro a fim de viabilizar a realização do Pré Caju. Ninguém sabe exatamente quanto é empregado. Toma-se por certo, à revelia de qualquer dado concreto, que o gasto gera dividendos econômicos, além de promover a aldeia como um destino digno do interesse de eventuais visitantes. Mas o Carnaval chega, fatalmente sucedido pela quarta-feira de cinzas, vai embora… Ano após ano. E Sergipe permanece fora do mapa, apesar de tanto sol e tanta luz, mesmo na estação mais quente.