A forma esvaziada.
Além da onda rosa
Publicado em 22 de julho de 2023
Por Jornal Do Dia Se
Rian Santos – riansantos@jornaldodiase.com.br
A onda rosa me lembra: Até Frida Kahloj á virou Barbie. Literalmente. Lançada em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a coleção ‘Mulheres Inspiradoras’ era formada por 14 personagens femininas que se destacaram em suas áreas de conhecimento. Além da artista mexicana, a aviadora Amelia Earhart e a física e cientista da NASA Katherine Johnson também ganharam as formas impossíveis das bonecas conhecidas por disseminar um ideal de beleza sem nenhuma conexão com o mundo real e as mulheres de carne e osso. As bonecas eram exatamente iguais a toda Barbie, mudava apenas o figurino e o penteado.
O capitalismo malvadão, a máquina de moer trabalhadores dos panfletos engajados, sempre esteve atento à economia das trocas sensíveis. Se “Tudo o que é sólido desmancha no ar”, também o ideal pode virar produto, um bem de consumo. Nas prateleiras infantis, nenhuma alusão às mulheres e a suas lágrimas, somente a forma esvaziada.
O filme – Depois de ter a maior pré-venda de ingressos na história da Warner no Brasil, o live-action de Barbie estreou com mais um recorde e se tornou a segunda maior abertura de quinta-feira dos últimos tempos, ficando atrás apenas de Vingadores Ultimato.
Cerca de 1,2 milhões pessoas lotaram as salas de cinema de todo País para ver o filme da boneca mais famosa do mundo. A renda ultrapassou a casa dos R$ 22 milhões.
“A estreia de Barbie chancela o que vimos defendendo. O cinema, que sempre foi o entretenimento preferido das famílias brasileiras e um dos mais acessíveis e democráticos, está voltando com força! Quanto mais filmes de qualidade, como Barbie, e também Oppenheimer, tivermos para oferecer, mais rápido iremos igualar ou até superar os níveis de bilheteria pré-pandemia. Filme após filme, o resultado obtido está acima do esperado”, destaca Marcos Barros, presidente da ABRAPLEX – Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex.
Números – As projeções mostram que o setor está se recuperando e tende a chegar mais próximo dos resultados apresentados antes da pandemia, que registraram média anual de 170 milhões entre 2017 e 2019.
“Hoje, o número de lançamentos é, ainda, 30% inferior ao do cenário pré-pandemia. Mas com o aumento da oferta de filmes, consequentemente, o público voltará ou até ultrapassará tais patamares”, conclui Barros.