Amo busca explicações sobre falta de remédio contra o câncer
Publicado em 15 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia
A presidente e a vice-pre sidente da Associação dos Amigos da Oncologia – AMO, as assistentes sociais e voluntárias Conceição Balbino e Verônica Passos, se reuniram na última semana de abril com representantes da Secretaria da Saúde de Sergipe para buscar informações sobre a dispensação de medicamentos básicos e de alto custo para o tratamento do câncer de mama.
A reunião ocorreu em ação conjunta entre a AMO e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – Femama, da qual a Associação é filiada, com o objetivo de saber como anda a distribuição e a oferta do medicamento Trastuzumabe para o tratamento do câncer de mama metastático no Sistema Único de Saúde.
O Trastuzumabe foi avaliado e recentemente incorporado por recomendação do Ministério da Saúde por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec nos termos da Portaria nº 29, de 2 de agosto de 2017. O medicamento foi incorporado ao SUS para o tratamento de câncer de mama metastático do tipo HER2 positivo, em conformidade ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).
De acordo com as informações da Secretaria da Saúde de Sergipe, o Trastuzumabe está disponível na rede estadual para o tratamento de câncer de mama do tipo HER2 positivo não só em estágio inicial e avançado, mas também para o metastático, contrapondo assim afirmações anteriores de não dispensação, mesmo antes da recomendação do Ministério da Saúde que determinou sua distribuição a partir de 29 de janeiro de 2018.
Outras necessidades – Diagnosticada desde outubro de 2016 com câncer de mama do tipo HER2 positivo, a pedagoga Katia Margareth Lins realiza tratamento contra o câncer no Hospital de Urgências de Sergipe e já passou por mais de 40 sessões de quimioterapia para controlar a doença. Atualmente, ela realiza terapia combinada com o Trastuzumabe e vem obtendo resultados satisfatórios.
No entanto, a paciente, que é assistida pela AMO, necessita de uma nova tecnologia, de um medicamento de alto custo, que recebe o nome comercial de Perjeta e cuja substância é o Pertuzumabe, responsável por controlar com mais eficácia esse tipo de câncer e por proporcionar mais tempo e mais qualidade de vida para as pacientes.
Como não há previsão de dispensação desse medicamento, a paciente já judicializou a União, o Estado de Sergipe e o Município de Aracaju para ter seu direito garantido, mas todas as decisões judiciais até então indeferiram seu pedido. Infelizmente, nenhum outro paciente consegue acesso gratuito a esse medicamento se não for por meio da judicialização da saúde.
O Pertuzumabe foi também avaliado e recentemente incorporado por recomendação do Ministério da Saúde nos termos da Portaria nº 57, de 4 de dezembro de 2017, para o tratamento da doença metastática Her2+, tendo que ofertar esse medicamento no SUS no prazo máximo de 180 dias, ou seja, início de junho de 2018.
Além da crise sem precedentes na oncologia do Hospital de Cirurgia com paralisação de médicos, interrupção da quimioterapia e da Radioterapia por longos meses, o Hospital de Urgências de Sergipe – HUSE não está ofertando o quimioterápico Taxol desde o dia 19 de abril, segundo reclamações de pacientes.
O taxol é uma substância recorrentemente utilizada na quimioterapia, tem atividade antitumoral essencial e combate o câncer de ovário, câncer de mama, câncer de pulmão e sarcoma de Kaposi relacionado à Aids. Perguntada pela AMO, a comunicação da Secretaria da Saúde de Sergipe informou que a compra do taxol já feita e o medicamento está para chegar, mas não deu confirmação de data.