Domingo, 12 De Janeiro De 2025
       
**PUBLICIDADE
Publicidade

ANA PARTIU HOJE


Publicado em 18 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Jorge Carvalho do Nascimento
Recebi com muita tristeza, esta manhã, a notícia da morte da amiga querida Ana Soares de Souza. Nascida na cidade de Estância, Ana era parte da numerosa prole de Abelardo Souza, irmã do jornalista Luiz Adelmo e da jornalista Tânia Soares. Convivi também com suas irmãs, professoras, que fizeram carreira docente. Iracema migrou para o Estado de Santa Catarina, onde é professora da UFSC. Já lutando contra o câncer que a levou, Ana havia perdido sua irmã Iara que também batalhou contra a mesma doença.
Guardo de Ana Soares muito boas recordações, dos momentos nos quais concordamos e daqueles nos quais divergimos. Tendo cumprido uma bonita carreira docente na rede estadual de ensino de Sergipe, Ana foi professora, diretora de escola e em diversas ocasiões contribuiu também como técnica na gestão da Secretaria de Estado da Educação e na Secretaria da Educação do município de Aracaju.
Nunca esqueci de uma viagem de carro que fiz com ela de Aracaju ao Rio de Janeiro, num Fiat 147 a álcool que eu possuía quando era aluno do Mestrado em Educação da PUC de São Paulo. Eu e ela estávamos indo a Niterói, participar da IV Conferência Brasileira de Educação, a CBE.
Terminada a Conferência, que aconteceu no campus da Universidade Federal Fluminense, seguimos para Campinas, onde ela estudava à época, na Unicamp, e eu segui para São Paulo, a fim de retomar minhas atividades na PUC. A viagem foi pura diversão ao longo das rodovias federais que atravessamos, as BRs 101 e 166, principalmente. Era trágico ser proprietário de um Fiat 147 a álcool e a espirituosa presença de Ana colocou tal tragédia em evidência.
Também inesquecível uma semana santa que passei com ela e outros amigos, durante cinco dias, em uma casa da sua família na praia do Pontal, em Indiaroba. Momentos agradáveis de pescaria na foz dos rios Real e Piauí/Piauitinga, na cozinha, preparando guloseimas, nas travessias em canoas de vela pela perigosa foz do rio Real, em direção às dunas da praia do Mangue Seco, na Bahia. Saudosas, as farras que fazíamos ao longo da madrugada para ir dormir com a chegada dos primeiros raios de sol.
Não posso esquecer o ambiente sempre agradável, mas algumas vezes também tenso, das reuniões de trabalho na Secretaria Municipal de Educação de Aracaju, nas quais tantas vezes divergimos. E outras tantas, também, convergimos. Sempre com respeito e procurando alcançar objetivos que eram comuns a todos nós.
Divergências, aliás, que não faltavam em nenhum momento. Ela radicalíssima militante do Partido Comunista do Brasil, o PC do B. Eu, militante do Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Vivíamos assim, divergindo e convergindo. Engajados. Na militância profissional, na militância do movimento sindical, na militância partidária.
Perdemos a nossa querida Ana Banana. Apelido carinhoso e debochado, como todo apelido. Que ela se vá em paz. Nos deixa mais pobres e saudosos.
* Jorge Carvalho do Nascimento, jornalista, professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e presidente da Academia Sergipana de Educação.

* Jorge Carvalho do Nascimento

Recebi com muita tristeza, esta manhã, a notícia da morte da amiga querida Ana Soares de Souza. Nascida na cidade de Estância, Ana era parte da numerosa prole de Abelardo Souza, irmã do jornalista Luiz Adelmo e da jornalista Tânia Soares. Convivi também com suas irmãs, professoras, que fizeram carreira docente. Iracema migrou para o Estado de Santa Catarina, onde é professora da UFSC. Já lutando contra o câncer que a levou, Ana havia perdido sua irmã Iara que também batalhou contra a mesma doença.
Guardo de Ana Soares muito boas recordações, dos momentos nos quais concordamos e daqueles nos quais divergimos. Tendo cumprido uma bonita carreira docente na rede estadual de ensino de Sergipe, Ana foi professora, diretora de escola e em diversas ocasiões contribuiu também como técnica na gestão da Secretaria de Estado da Educação e na Secretaria da Educação do município de Aracaju.
Nunca esqueci de uma viagem de carro que fiz com ela de Aracaju ao Rio de Janeiro, num Fiat 147 a álcool que eu possuía quando era aluno do Mestrado em Educação da PUC de São Paulo. Eu e ela estávamos indo a Niterói, participar da IV Conferência Brasileira de Educação, a CBE.
Terminada a Conferência, que aconteceu no campus da Universidade Federal Fluminense, seguimos para Campinas, onde ela estudava à época, na Unicamp, e eu segui para São Paulo, a fim de retomar minhas atividades na PUC. A viagem foi pura diversão ao longo das rodovias federais que atravessamos, as BRs 101 e 166, principalmente. Era trágico ser proprietário de um Fiat 147 a álcool e a espirituosa presença de Ana colocou tal tragédia em evidência.
Também inesquecível uma semana santa que passei com ela e outros amigos, durante cinco dias, em uma casa da sua família na praia do Pontal, em Indiaroba. Momentos agradáveis de pescaria na foz dos rios Real e Piauí/Piauitinga, na cozinha, preparando guloseimas, nas travessias em canoas de vela pela perigosa foz do rio Real, em direção às dunas da praia do Mangue Seco, na Bahia. Saudosas, as farras que fazíamos ao longo da madrugada para ir dormir com a chegada dos primeiros raios de sol.
Não posso esquecer o ambiente sempre agradável, mas algumas vezes também tenso, das reuniões de trabalho na Secretaria Municipal de Educação de Aracaju, nas quais tantas vezes divergimos. E outras tantas, também, convergimos. Sempre com respeito e procurando alcançar objetivos que eram comuns a todos nós.
Divergências, aliás, que não faltavam em nenhum momento. Ela radicalíssima militante do Partido Comunista do Brasil, o PC do B. Eu, militante do Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Vivíamos assim, divergindo e convergindo. Engajados. Na militância profissional, na militância do movimento sindical, na militância partidária.
Perdemos a nossa querida Ana Banana. Apelido carinhoso e debochado, como todo apelido. Que ela se vá em paz. Nos deixa mais pobres e saudosos.

* Jorge Carvalho do Nascimento, jornalista, professor, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras e presidente da Academia Sergipana de Educação.

 

**PUBLICIDADE



Capa do dia
Capa do dia



**PUBLICIDADE


**PUBLICIDADE
Publicidade