Angélica foi obrigada a devolver dinheiro doado a entidade de sua família

Sobre o repasse dos R$ 580 mil à Associação do Desterro, que mantém a Unidade de Saúde Mista Angélica Guimarães, em Japoatã, o ex-diretor Hunaldo Mota confirmou que a entidade não apresentou a prestação de contas dos recursos repassados em 2013, como estava na Lei das Subvenções, mas, mesmo assim, os recursos de 2014 foram repassados à associação no começo do ano. Ao ser questionado, ele disse que houve "erro" na liberação do pagamento e que a associação se prontificou logo a devolver tudo, assim que tal erro foi constatado.

Não é o que pensam os procuradores do MPF, os quais sustentam que esta devolução só aconteceu depois que os repasses irregulares das subvenções começaram a ser investigadas. "Se não houvesse a investigação, eles não teriam detectado este erro e os recursos certamente ainda estariam lá na associação", resumiu Eunice, afirmando ainda que a então presidente Angélica Guimarães "não teve este cuidado de observar que a associação não havia prestado conta dos recursos anteriores que tinha recebido e isso pode ser entendido como alguma gravidade na conduta dela".

Outros – Outras testemunhas arroladas pelos advogados de defesa dos deputados prestaram depoimento, sendo cinco pela manhã e outros cinco à tarde. Um deles foi o arcebispo metropolitano de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa, que falou sobre o repasse de R$ 1 milhão à Fundação Arquidiocesana de Cultura, entidade católica que administra as obras sociais e emissoras de rádio e TV mantidas pela Arquidiocese de Aracaju. Ela não aparece entre as investigadas, mas o arcebispo compareceu ao TRE e falou que grande parte das subvenções indicadas por quase todos os deputados foi usada na reforma da Catedral Metropolitana, parcialmente concluída. Também foram ouvidas testemunhas ligadas à Associação Dona Caçula, em Riachão do Dantas, e ao Instituto Beneficente Cidade Nova, em Aracaju, ligado ao vereador Valdir Santos (PT do B).