Antes que seja tarde
Publicado em 30 de novembro de 2021
Por Jornal Do Dia
A descoberta de uma nova variante do coronavírus acendeu o alerta. Ainda que a imunização tenha avançado em boa parte do mundo, a desigualdade dá sobrevida à pandemia. Pouco adianta fechar fronteiras, cavar fossos, levantar barricadas. Somente a consciência de que a pandemia é um problema coletivo poderá poupar o mundo de uma nova onda.
A variante Ômicron, que ameaça a realização das festas de fim de ano, tão aguardadas, foi descoberta no continente africano – onde menos de 10% da população recebeu a vacina. Não se trata de mera coincidência. Já se sabe que a livre circulação do vírus favorece o desenvolvimento de mutações.
O perigo é imenso. Na capital ao lado, a festa de réveillon foi cancelada. Em Aracaju, a postura é de cautela. Ainda não há decisão. Mas o prefeito Edvaldo Nogueira já garantiu que os dados epidemiológicos serão observados antes de ele bater o martelo. O balde de água fria jogado sobre o entusiasmo dos brasileiros, no entanto, é o menor dos problemas em potencial causados agora pela coronavírus. Se o contágio recrudescer, há riscos de nova explosão de óbitos e reativação dos embargos à socialização e a atividade econômica.
Ainda é cedo para determinar o potencial de contágio e letalidade da variante Ômicron. Mas é certa que a advertência da Organização Mundial de Saúde, segundo a qual a vacinação desigual dos povos tende a retardar o fim da pandemia, precisa ser levada a sério. Antes que seja tarde demais.