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Após 16 anos, população quer mudar modelo de gestão no estado


Publicado em 08 de julho de 2022
Por Jornal Do Dia Se


O GOVERNADOR BELIVALDO CHAGAS

População quer mudar modelo de gestão no estado

O discurso de que é vítima dos poderosos tem sido o principal combustível usado pelo ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), para tentar se manter como referência eleitoral na disputa pelo governo do estado. Declarado inelegível pela justiça eleitoral, ele está conseguindo encarnar um espírito de oposição contra o governo Belivaldo Chagas (PSD), mesmo sendo do partido do presidente Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição e é muito mal avaliado em Sergipe.
Valmir vinha liderando as pesquisas pré-eleitorais realizadas no estado, e seus aliados atribuíam o fato ao êxito de suas duas gestões como prefeito (2013-2020), o que parece não refletir a realidade. Apesar da importância política, econômica e estratégica de Itabaiana, a boa gestão de um prefeito no município, com cerca de 70 mil eleitores, teria reflexos apenas na própria cidade e municípios circunvizinhos.

O que há, na verdade, é um cansaço da população com o modelo de gestão que está no poder há quase 16 anos, iniciado em 2007 com a vitoriosa gestão de Marcelo Déda. O segundo governo Déda, talvez em função do câncer que acabou lhe matando no final de 2013, já apresentou altos e baixos.
A crise econômica atingiu em cheio as administrações de Jackson Barreto, e o atual governador passou os três primeiros anos apenas economizando para poder chegar ao ano eleitoral em condições de dar aumento aos servidores e realizar obras, mesmo à base de novos empréstimos.
Apesar da crise provocada pela pandemia de covid-19 em 2020 e 2021, esse grupo há 16 anos no poder tem muita culpa pela crise econômica do estado. No ano passado, segundo o Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas Social (FGV Social) no final de junho, a pobreza aumentou 12,5% entre os sergipanos – o maior percentual entre todos os estados – e chega a quase 50% da sua população. São famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais.

O eleitorado dá sinais claros de que gostaria de votar num nome novo, e esse poderia ser Valmir de Francisquinho, mas ele está inelegível por abusos cometidos na campanha eleitoral de 2018, quando era prefeito, para transformar o filho, Talysson de Valmir, no deputado estadual mais votado, agora cassado e inelegível por oito anos. O discurso de vítima adotado pelo ex-prefeito pode manter viva a sua pré-candidatura nas redes sociais, só que não funciona para a justiça.
O acórdão do TRE-SE que serviu de base para o TSE confirmasse por 4 X 3 a inelegibilidade de Valmir, destaca que a estrutura da prefeitura teria sido utilizada a favor da campanha com uso abusivo e intencional da cor azul, tanto em prédios públicos, canteiros, praças, sites, publicações e uniformes do município. A tonalidade também estaria presente na campanha do candidato a deputado, denominada de “Onda Azul”, para caracterizar a continuidade da gestão.

Valmir deve apresentar recursos ao próprio TSE e ao STF para tentar esticar ao máximo a sua candidatura, mesmo sabendo que seu nome não constará na urna em dois de outubro. Seria apenas uma tentativa de garantir a unidade do grupo, para apresentar um novo nome às vésperas do pleito.
Entre os candidatos já postos, o que mais poderia representar oposição ao governo Belivaldo Chagas seria o senador Alessandro Vieira (PSDB), que rompeu com o bolsonarismo da mesma forma que se afastou do governo Jackson Barreto depois de passar vários anos ocupando cargos de destaque na Secretaria da Segurança Pública, inclusive como delegado geral, o número dois da hierarquia.
O senador Rogério Carvalho (PT) hoje é um dos maiores críticos do governo, mas o seu afastamento do bloco governista é muito recente. Até hoje parte do PT – a ala ligada a vice-governadora Eliane Aquino, viúva de Déda – comanda a estrutura de Assistência Social do governo Belivaldo.
O eleitorado dá sinais de que quer um novo nome para governar Sergipe. A questão é saber se os partidos estão mesmo interessados nessa mudança. Valmir de Francisquinho não é esse nome, porque está inelegível por oito anos.

Belivaldo quer definir candidato ao Senado
Na reunião que o governador Belivaldo Chagas convocou com dirigentes dos partidos aliados para a próxima segunda-feira (11), pode ser definido o nome do candidato a senador na chapa do deputado Fábio Mitidieri (PSD), já indicado o candidato a governador. O ex-deputado André Moura (União Brasil) só não será o escolhido se não quiser, ou não tiver condições jurídicas para isso – está condenado pelo STF. É um compromisso de Belivaldo.
O ex-governador Jackson Barreto (MDB) e o deputado federal Laércio Oliveira (PP) também querem a vaga, e ninguém parece disposto a ceder. Como o TSE permite que uma coligação para governador apresente mais de um candidato ao Senado, essa poderá ser a saída.
No caso do candidato a vice-governador, o grupo vai continuar aguardando o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Ele vem sendo pressionado para que indique o nome da sua mulher, empresária Danusa Silva (PDT), dona da Cosil, mas o prefeito garante que isso só ocorreria se fosse uma decisão pessoal dela.
O prazo para definições está encolhendo. As convenções partidárias para a homologação de candidaturas podem ser realizadas de 20 de julho a cinco de agosto.

Radar na Sarney
A partir da próxima segunda-feira (11), a fiscalização eletrônica instalada pelo governo do estado na Rodovia Ignácio Barbosa, antiga Sarney, na área de praias, começa a emitir multas. Lá o limite de velocidade é de 50 Km/h.
Apesar de se localizar em Aracaju, onde a fiscalização eletrônica permite o limite de até 60 km/h, a antiga Sarney é uma rodovia estadual administrada pelo DER. O governo decidiu reduzir a velocidade.

Novos candidatos
O diretório estadual do Psol de Sergipe, composto por todas as forças políticas do partido, definiu, por consenso, que terá candidatura própria ao governo de Sergipe, e o nome indicado como pré-candidata a governadora é Niully Campos, tendo como vice, Demétrio Varjão. O advogado Henri Clay completa a chapa como candidato a senador.
Já o Mobiliza, antigo PMN, optou por não lançar candidato a governador nas eleições deste ano, e retirou da disputa o professor Emmanuel Franco.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (6), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/2016, que modifica o artigo 6º da Constituição para tornar o saneamento básico um direito constitucional, assim como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, alimentação, previdência social e segurança.
Agora a PEC, que tem a relatoria do senador Rogério Carvalho (PT), segue ao Plenário do Senado, onde será submetida a dois turnos de discussão e votação.

Transporte público
Na próxima semana dirigentes da Frente Nacional de Prefeitos irão à Brasília dialogar com deputados federais para tratar sobre o socorro emergencial para o transporte público coletivo. Isso ficou acordado em reunião da entidade, conduzida pelo prefeito de Aracaju e presidente da FNP, Edvaldo Nogueira (PDT).
Durante o encontro virtual, ficou definido que os prefeitos vão tratar sobre a PL 4392/2021, que tramita na Câmara com relatoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB/AL), e sobre a PEC 01/2022, já aprovada pelos senadores na semana passada e que prevê um aporte de R$ 2,5 bilhões para custear a gratuidade oferecida pelo sistema aos idosos, ainda para este ano.

  Pintura de Rita Ribeiro

Salário ideal
Em junho, os brasileiros que ganham o salário mínimo (R$ 1.212) precisaram trabalhar, em média, 121 horas e 26 minutos para adquirir os produtos da cesta básica, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Neste mês, o salário mínimo ideal para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.527,67, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00, diz o Dieese.

Crédito consignado
O Senado aprovou nesta quinta-feira (7) a MPV 1.106/2022, que aumenta o limite de crédito consignado para a maioria dos assalariados, e autoriza essa modalidade de empréstimo também aos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Renda Mensal Vitalícia (RMC) e o Auxílio Brasil.
Aprovada na forma do projeto de lei de conversão (PLV) 18/2022, a matéria segue para sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Placas de obras
Viralizou em grupos de WhatsApp nesta quinta-feira (7) um vídeo no qual um cidadão filma e acusa servidores da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) de “arrancar” da placa de uma obra pública na capital sergipana a marca do governo Bolsonaro. Segundo o “denunciante”, a ação do órgão municipal objetivava omitir da população que há recurso federal no projeto em execução, de modo a prejudicar o presidente.
Na verdade, a Emurb está apenas cumprindo uma determinação do próprio Governo Federal quanto às regras de publicidade oficial dos órgãos e entidades da União no período eleitoral, as quais impõem a obrigação de ocultar a logomarca da gestão.

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