Após chuvas, postos de saúde não funcionam
Publicado em 09 de novembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Milton Alves Júnior
miltonalvesjunior@jornaldodiase.com.br
Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da Grande Aracaju estão reclamando da falta de assistência médica em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em decorrência de problemas técnicos nos aparelhos eletrônicos. O caos na saúde pública vem registrando retrocesso em alguns bairros de Aracaju depois que uma tempestade tropical predominou no início dessa semana e contribuiu para que ruas e avenidas ficassem alagadas. Com a inundação, diversos computadores contendo prontuários dos pacientes foram queimados e não existe uma previsão de restabelecimento. Sem atendimento, alguns populares já ameaçam promover atos públicos e denunciar a situação junto ao Ministério Público Estadual (MPE).
No conjunto Marcos Freire II, município de Nossa Senhora do Socorro, os populares alegam que os problemas relacionados à precariedade no atendimento público já é um antigo aspecto negativo. De acordo com a doméstica Elenice dos Santos, há mais de três meses os atendimentos estão sendo remarcados por falta de estrutura médica e prejudicando o tratamento de dezenas de pessoas. "Se as coisas já não estavam boas, imagine agora que os postos ficaram alagados. Muitas vezes os médicos e enfermeiros já diziam que não tinham estrutura para trabalhar, e o que dizer depois que quase tudo foi queimado? Nossa saúde está entregue às baratas", disse.
Situação semelhante aos socorrenses enfrenta os moradores do município de São Cristóvão. Paralela às perdas materiais e falta de assistência médica, muitos estão ficando doentes e buscando atendimentos em hospitais através do SUS. Devido a essa migração as unidades hospitalares estão registrando um número maior de demanda e sem reais condições de atendê-la de forma rápida e eficaz. Para o carteiro Robson Gama, morador do bairro Rosa Elze, a prefeitura deve se preocupar com a situação e tentar resolver o caso imediatamente junto ao Governo de Sergipe. "A gente busca ser atendido, mas não tem como. O jeito é correr para o Nestor Piva ou para o Hospital João Alves. Essa é a nossa situação atual", afirmou.
Questionado sobre a falta de infraestrutura e profissional, Robson garantiu que o estado está se mostrando preocupado em atender aos pedidos da população, mas que muitas ações benéficas ainda deixam de ser implantadas. Segundo ele, a falta de interesse de alguns gestores públicos e briga de partidos políticos têm influenciado no retrocesso da cidade histórica. "Esse é o mau de muitos governantes que foram eleitos com o nosso voto e não deixam a briga política de lado e se aliam em busca de soluções. Assim como em outros municípios, São Cristóvão parece respirar batalha política a cada mês e não de dois em dois anos. Enquanto isso o povo fica sem saúde e segurança".
Aracaju – Na capital sergipana a falta de atendimento médico tem prejudicado os moradores da Zona de Expansão e alguns postos da zona Norte. Apesar da situação de calamidade, os aracajuanos aparentam entender o momento e poupam no primeiro momento as criticas ao prefeito João Alves Filho. Esse é o caso do professor Eduardo Menezes que há cinco dias não ministra aula devido aos danos causados pelo temporal. "Ele (João) pode pecar em variados seguimentos administrativos, mas nesse caso ele não tem culpa nenhuma. Na realidade nem ele, nem qualquer outro. A chuva forte pegou todo mundo de surpresa e o que temos que fazer agora é nos unir e somar forças para reparar os prejuízos", disse.
Além das UPAs, alguns setores do Hospital de Urgência de Sergipe também ficaram parcialmente prejudicados em decorrência da chuva e vento. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde o início da semana todos os danos já estão sendo devidamente resolvidos. Já pela Secretaria de Saúde da capital, foi alegado que conforme a população vai noticiando a falta de atendimento, equipes de servidores especialistas se dirigem até o local denunciado a fim de resolver o problema.