Aracaju humaniza atendimentos domiciliares com musicoterapia

Criado há quase uma década, o projeto Sons no SUS sempre atuou na humanização das unidades que ofertam atendimentos pelo Sistema Único de Saúde de Aracaju. Agora, em parceria com o Serviço de Apoio Domiciliar (SAD), o projeto está levando a mesma experiência a pacientes acamados que recebem atendimento em casa.

Com Alzheimer há cerca de 8 anos, dona Teresinha, 83, é atendida em casa há dez meses pela equipe do SAD e, mais recentemente, com a companhia do Sons no SUS. A filha dela, Rosana Fonseca, reconhece que a parceria entre os dois projetos faz diferença durante os atendimentos realizados pela Prefeitura.

“Tem sido maravilhoso esse apoio, que faz uma grande diferença nas nossas vidas pelo serviço de primeira qualidade, que já era prestado pelo Município. Mas agora, com esse projeto, a experiência melhorou ainda mais, pois minha mãe sempre teve uma ligação muito forte com a música e ver ela esboçando alegria durante as consultas é algo que não tem descrição. Essa é uma demonstração de muita sensibilidade do município para com os pacientes que usufruem do SUS”, elogiou.

Sons no SUS – O projeto Sons no SUS foi criado com o objetivo principal de levar música aos ambientes do Sistema Único de Saúde na perspectiva de humanizá-los. Atualmente, ele é composto por quatro integrantes, sendo dois deles estagiários do curso de música da Universidade Federal de Sergipe, o que o torna também um projeto de extensão acadêmica.

“A parceria com o SAD é nova, ainda estamos descobrindo a melhor forma de fazer isso, mas o fato é que já entendemos que a visita musical funciona como um presente para o usuário, para os familiares e profissionais, que também que fazem esse belíssimo trabalho na residência das pessoas. Então toda a energia que temos durante esses atendimentos torna a nossa atuação muito gratificante”, explica Murilo Andrade, fundador e coordenador do projeto.

SAD – O Serviço de Atenção Domiciliar foi criado a fim de reduzir o tempo de hospitalização dos pacientes e, com isso, aumentar o fluxo de ocupação dos leitos do SUS. Hoje, o SAD atende cerca de 70 pacientes e conta com uma equipe de profissionais multidisciplinar, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogo, além de contar com o suporte de outras estruturas vinculadas à rede municipal de Saúde.

De acordo com Luís Henrique Santos de Menezes, médico do SAD, com a desospitalização é possível humanizar o serviço prestado aos pacientes e a parceria com o Sons no SUS é a prova de como essa humanização pode trazer mais qualidade na prestação do serviço.

“Com nosso trabalho, conseguimos fazer com que um paciente que precisava de 15 dias de internação, fique apenas de três ou quatro no hospital. Após a estabilização do quadro de saúde, liberamos para o tratamento domiciliar, com toda a atenção e medicamentos que esse paciente receberia no próprio hospital. A vantagem é que, além de aumentarmos a rotatividade nos leitos públicos, conseguimos reduzir o risco de infecção hospitalar e, claro, possibilitamos um contato mais próximo entre o paciente e a família”, destaca o médico.