Aracaju registrou mais de 1.970 casos de violência autoprovocada nos últimos 10 anos
Publicado em 10 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Nesta terça-feira (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a Prefeitura de Aracaju, que por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza, ao longo de todo o ano, ações de conscientização para a saúde mental, reforça a importância dos cuidados contínuos para este aspecto. Entre 2014 e 2024, foram registrados 1.973 casos suspeitos ou confirmados de violência autoprovocada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sendo 71,36% dos casos envolvendo mulheres.
De acordo com a área técnica do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva), Lidiane Gonçalves, somente em 2024, foram notificados, em Aracaju, até o momento, 320 casos de violência autoprovocada.
“A violência autoprovocada é um tipo de violência que pode ser classificada como qualquer ato cometido intencionalmente pelo indivíduo com o objetivo de autoagressão, automutilação ou tentativa de suicídio. Os bairros da capital com maior incidência de casos de violência autoprovocada, neste período de 10 anos, foram Santos Dumont, Santa Maria, Farolândia, São Conrado e Bugio. Neste mesmo período, foram registrados 337 casos de suicídio, sendo o sexo masculino a maioria, representando 76,85% dos casos registrados”, destaca Lidiane Gonçalves.
Na capital, o profissional de saúde de qualquer categoria, seja médico, enfermeiro, assistente social, auxiliar de enfermagem, psicólogo, dentre outros, que prestar o primeiro atendimento ao paciente, deve fazer a notificação através da ficha individual do SINAN/VIVA de forma imediata, em até 24 horas, e enviar pelo meio mais rápido disponível para Secretaria Municipal da Saúde.
“É fundamental que o profissional de saúde tenha um olhar atento para usuários, promovendo o cuidado necessário, que vai desde o acolhimento e diagnóstico do caso, até a notificação, preenchendo todos os campos possíveis da ficha e que os demais estabelecimentos, tais como escolas, Cras, Creas, Conselhos Tutelares, que identificarem esses casos façam também o preenchimento da ficha de notificação de violência e encaminhamentos para um acompanhamento multidisciplinar qualificado e humanizado” ressalta Lidiane.
Fluxo de atendimento – Diariamente são ofertados atendimentos multiprofissionais em diversos níveis de atenção no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps). Dentro dos serviços ofertados estão as Referências de Saúde Mental. O atendimento às consultas em psicologia presencial ambulatorial deve ser feito a partir das Unidades de Saúde da Família (USFs). O usuário precisa ser encaminhado através da sua unidade de referência para uma das 19 unidades de saúde que ofertam atendimento com psicólogos.
Algumas são referências para o atendimento em saúde mental infantil, outras com atendimento adulto. Para o atendimento é necessário encaminhamento por parte da equipe de Saúde da Família, para inserção na fila de regulação. O setor de regulação faz a classificação de prioridade de acordo com encaminhamento e situação de saúde da pessoa.
Já o Serviço de Apoio Psicológico (Sapsi) pode ser acessado de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, pelo telefone 0800 729 3534, opção 3, de forma gratuita e sigilosa a qualquer pessoa maior de 18 anos morador de Aracaju. O atendimento por telefone é como um apoio e um suporte em que é oferecida uma escuta sem julgamentos, garantindo o sigilo profissional por profissionais da psicologia capacitados a orientar acerca das questões do sofrimento humano.
Nos casos crônicos, que necessitam de estratégias mais complexas, são atendidos nos seis Centros de Atenção Psicossocial, cinco funcionam em regime de plantão 24 horas por dia, categorizados como tipo 3, e um em horário comercial, de segunda a sexta-feira, se enquadrando no tipo 2. Quatro destes Caps atendem pessoas em sofrimento psíquico grave e persistente e dois atendem pessoas com questões decorrentes do uso problemático de álcool e outras drogas.