Quinta, 22 De Maio De 2025
       
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Arquivo realiza conferência sobre primeiro governador de Sergipe


Publicado em 30 de janeiro de 2020
Por Jornal Do Dia


 

Você sabe quem foi 
Carlos Cezar Francis
co Burlamaque? Com uma trajetória digna de roteiro de cinema, vítima de dois golpes e tragédias pessoais, a vida do primeiro governador do Estado foi o tema abordado no I Ciclo de Conferências Permanentes do Arquivo do Judiciário de Sergipe: 200 anos da Independência de Sergipe (1820-2020). A conferência foi ministrada pelo historiador e professor Wanderlei Meneses.
"Carlos Burlamaque é um personagem pouco conhecido na história de Sergipe. Então, me debrucei sobre a documentação que há nos arquivos, em Portugal, Rio de Janeiro, Bahia e aqui em Sergipe para tentar reconstruir a história dele. Foi o primeiro governador nomeado por Dom João VI, depois do Decreto de 8 de julho de 1820. Mas governou a província de Sergipe por apenas 26 dias", explicou o professor.
Apesar de o decreto da emancipação ter sido assinado em julho de 1820, ele chegou a São Cristóvão para assumir o cargo somente sete meses depois, em fevereiro de 1821. Isso porque, à época, ele morava no Piauí, onde também tinha sido nomeado capitão-mor, em 1805, ficando no cargo por cinco anos. Lá ele sofreu um golpe, foi preso e após a liberdade decidiu sair da vida pública, da qual ficou afastado por dez anos.
Relutou em aceitar a indicação de Dom João VI para assumir o comando de Sergipe, pelo trauma passado no Piauí; aceitando somente para cumprir uma obrigação junto à Família Real. Então, viajou do Piauí para o Rio de Janeiro, onde foi recebido por Dom João VI, mas, na volta, recebeu a notícia que a esposa havia morrido. Voltou para o Piauí, de onde trouxe os três filhos homens, deixando as três meninas aos cuidados de uma tia.
Toda essa viagem fez com que ele demorasse a assumir o cargo em Sergipe. Mas quando isso finalmente aconteceu, a Bahia não aceitou a decisão e enviou tropas para destituir o governador, que foi deposto e preso em Salvador, com três dos seis filhos, sendo libertados em 8 de maio de 1821. Após tantos infortúnios – no Piauí, Sergipe e Bahia – ele decidiu morar no Rio de Janeiro, com os três filhos homens, onde foi nomeado coronel de Milícias da Praia Grande.
Morreu, por uma doença desconhecida, em 23 de maio de 1844, aos 69 anos. No leito de morte, pediu a um dos filhos que defendesse a abolição da escravatura. Carlos Burlamaque nasceu na Freguesia de Nossa Senhora do Loreto, em Portugal (1775), e veio para o Brasil em 1799, aos 22 anos, quando foi tenente do Regimento da Legião de Tropas no Macapá, em 1805.
Conforme o historiador Wanderlei Meneses, para defender a própria memória e dignidade, Carlos Burlamaque escreveu ‘Memória histórica e documentada dos sucessos acontecidos em Sergipe de El-rei sendo governador daquela província’, impressos 200 exemplares na Typographia Nacional, no Rio de Janeiro. "Uma obra muito importante porque foi estudada por inúmeros historiadores", disse Wanderlei, lembrando que hoje existem apenas dois exemplares originais, um na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e outro no Senado dos Estados Unidos.
Arquivo Judiciário – Algumas das informações sobre a vida do primeiro governador de Sergipe, o historiador Wanderlei Meneses encontrou no Arquivo Judiciário. "Boa parte do acervo colonial e do começo do Império em Sergipe nós encontramos aqui, salvaguardados pelo Arquivo Judiciário. É um local que tem uma estrutura muito boa para os pesquisadores. Para encontrar informações sobre Burlamaque, eu consultei Livros de Nota de São Cristóvão e Laranjeiras, que aqui estão", contou.
O aluno do curso de História da Universidade Federal de Sergipe, Lucas de Jesus, que estava presente ao evento, também é um frequentador assíduo do Arquivo Judiciário. Ele já havia estudado sobre o primeiro governador de Sergipe na faculdade, mas disse que gostou muito da conferência. "O professor Wanderlei faz uma pesquisa muito bem recheada, que permite que a gente consiga observar mais a biografia, utilizando documentos para mostrar toda a vida desse personagem e como ele é importante no processo histórico", elogiou Lucas.
Segundo a Diretora do Arquivo Geral do Judiciário em substituição, Alessandra Doséa, o projeto para comemoração dos 200 anos da Independência de Sergipe foi elaborado por Mônica Porto e Eugênia Andrade, respectivamente diretora e ex-diretora do Arquivo. "Lembrando que o evento é gratuito e os palestrantes são professores que conhecem a história de Sergipe. Quanto mais divulgarmos a história, mais conheceremos nosso Estado", ressaltou.

Você sabe quem foi  Carlos Cezar Francis co Burlamaque? Com uma trajetória digna de roteiro de cinema, vítima de dois golpes e tragédias pessoais, a vida do primeiro governador do Estado foi o tema abordado no I Ciclo de Conferências Permanentes do Arquivo do Judiciário de Sergipe: 200 anos da Independência de Sergipe (1820-2020). A conferência foi ministrada pelo historiador e professor Wanderlei Meneses.
"Carlos Burlamaque é um personagem pouco conhecido na história de Sergipe. Então, me debrucei sobre a documentação que há nos arquivos, em Portugal, Rio de Janeiro, Bahia e aqui em Sergipe para tentar reconstruir a história dele. Foi o primeiro governador nomeado por Dom João VI, depois do Decreto de 8 de julho de 1820. Mas governou a província de Sergipe por apenas 26 dias", explicou o professor.
Apesar de o decreto da emancipação ter sido assinado em julho de 1820, ele chegou a São Cristóvão para assumir o cargo somente sete meses depois, em fevereiro de 1821. Isso porque, à época, ele morava no Piauí, onde também tinha sido nomeado capitão-mor, em 1805, ficando no cargo por cinco anos. Lá ele sofreu um golpe, foi preso e após a liberdade decidiu sair da vida pública, da qual ficou afastado por dez anos.
Relutou em aceitar a indicação de Dom João VI para assumir o comando de Sergipe, pelo trauma passado no Piauí; aceitando somente para cumprir uma obrigação junto à Família Real. Então, viajou do Piauí para o Rio de Janeiro, onde foi recebido por Dom João VI, mas, na volta, recebeu a notícia que a esposa havia morrido. Voltou para o Piauí, de onde trouxe os três filhos homens, deixando as três meninas aos cuidados de uma tia.
Toda essa viagem fez com que ele demorasse a assumir o cargo em Sergipe. Mas quando isso finalmente aconteceu, a Bahia não aceitou a decisão e enviou tropas para destituir o governador, que foi deposto e preso em Salvador, com três dos seis filhos, sendo libertados em 8 de maio de 1821. Após tantos infortúnios – no Piauí, Sergipe e Bahia – ele decidiu morar no Rio de Janeiro, com os três filhos homens, onde foi nomeado coronel de Milícias da Praia Grande.
Morreu, por uma doença desconhecida, em 23 de maio de 1844, aos 69 anos. No leito de morte, pediu a um dos filhos que defendesse a abolição da escravatura. Carlos Burlamaque nasceu na Freguesia de Nossa Senhora do Loreto, em Portugal (1775), e veio para o Brasil em 1799, aos 22 anos, quando foi tenente do Regimento da Legião de Tropas no Macapá, em 1805.
Conforme o historiador Wanderlei Meneses, para defender a própria memória e dignidade, Carlos Burlamaque escreveu ‘Memória histórica e documentada dos sucessos acontecidos em Sergipe de El-rei sendo governador daquela província’, impressos 200 exemplares na Typographia Nacional, no Rio de Janeiro. "Uma obra muito importante porque foi estudada por inúmeros historiadores", disse Wanderlei, lembrando que hoje existem apenas dois exemplares originais, um na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e outro no Senado dos Estados Unidos.

Arquivo Judiciário – Algumas das informações sobre a vida do primeiro governador de Sergipe, o historiador Wanderlei Meneses encontrou no Arquivo Judiciário. "Boa parte do acervo colonial e do começo do Império em Sergipe nós encontramos aqui, salvaguardados pelo Arquivo Judiciário. É um local que tem uma estrutura muito boa para os pesquisadores. Para encontrar informações sobre Burlamaque, eu consultei Livros de Nota de São Cristóvão e Laranjeiras, que aqui estão", contou.
O aluno do curso de História da Universidade Federal de Sergipe, Lucas de Jesus, que estava presente ao evento, também é um frequentador assíduo do Arquivo Judiciário. Ele já havia estudado sobre o primeiro governador de Sergipe na faculdade, mas disse que gostou muito da conferência. "O professor Wanderlei faz uma pesquisa muito bem recheada, que permite que a gente consiga observar mais a biografia, utilizando documentos para mostrar toda a vida desse personagem e como ele é importante no processo histórico", elogiou Lucas.
Segundo a Diretora do Arquivo Geral do Judiciário em substituição, Alessandra Doséa, o projeto para comemoração dos 200 anos da Independência de Sergipe foi elaborado por Mônica Porto e Eugênia Andrade, respectivamente diretora e ex-diretora do Arquivo. "Lembrando que o evento é gratuito e os palestrantes são professores que conhecem a história de Sergipe. Quanto mais divulgarmos a história, mais conheceremos nosso Estado", ressaltou.

 

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