As bravatas sobre vacinas
Publicado em 10 de dezembro de 2020
Por Jornal Do Dia
Sem plano, nem previsão de imunizar a popula- ção, freando a propagação do coronavírus en- tre ao brasileiros, o governo Bolsonaro bate cabeça. O governo Bolsonaro, ministro da saúde, já mencionou três datas diferentes para dar início à vacinação.
O governo federal se comunica mal. Falta clareza nas informações prestadas. Tudo indica, falta também uma estratégia bem traçada para lidar com o problema. O próprio presidente fala muito, mas não diz nada que preste. Neste particular, muito pouco do que já foi dito no primeiro escalão da República tem serventia para alguma coisa.
Os fatos, no entanto, resistem às bravatas. Apesar da previsão mais otimista de Pazuello, o presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, afirmou não enxergar mais a possibilidade de o laboratório fornecer vacinas contra a covid-19 antes de janeiro. Ele falou em vacinar 2 milhões de brasileiros com o imunizante até março de 2021. De acordo com o censo demográfico mais recente, a população nacional é formada por cerca de 210 milhões de cidadãos.
A sensação de insegurança vivida pelos brasileiros é tão perigosa quanto o próprio Covid-19. Não há previsão confiável, o que o presidente diz não se escreve. Tão importante quanto fixar uma data para começar a distribuir a vacina, seria tranquilizar os aflitos. Infelizmente, também neste quesito, o presidente e os seus assessores diretos falham vergonhosamente.