As colheitas do mês de março

* Rômulo Rodrigues

Dá gosto saber que 74% dos brasileiros apoiam a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil de salário mensal, sendo que na realidade a isenção vai atingir quem ganha até R$ 7 mil e vai beneficiar mais de 10 milhões de contribuintes numa verdadeira revolução possível.
As medidas aprovadas vão impulsionar ainda mais a economia que vem obtendo resultados que confirmam que os analistas da Faria Lima, mesmo sabendo que vão errar como vem errando em 95% das previsões, continuam com suas verborragias apenas pra causar pânico durante todos os anos.
As revoltas dos pistoleiros ideológicos da Elite do Atraso são por não aceitarem qualquer programa de benefício que sinalize melhoria na qualidade de vida de quem realmente trabalha, produz e gera riqueza, a classe trabalhadora.
Já no mesmo rol de pesquisas feitas para desgastar a imagem do presidente Lula enquanto procuram formatar um monstrengo para enfrentá-lo, 68% do povo do mercado têm como certo que Jair Bolsonaro vai ser preso em breve e, por isso, intensificam as narrativas de que o país vai de mal a pior, sempre.
Aumentando a propagação do ódio contra medidas para o bem-estar social, atacam as previsões orçamentárias de R$ 18 bilhões para o programa minha casa minha vida para este ano de 2025.
No balaio da colheita, contrariando os desejos do que pagam vultosos salários aos tais analistas, o que se viu foi um tremendo fracasso em cada uma das manifestações pagas que pediam anistia para os terroristas de 8 de janeiro de 2023, cuja maior, a de Copacabana no Rio de Janeiro, domingo 17 de março, reuniu um pouco mais de 18 mil abnegados descerebrados.
Notícias divulgadas nos abnegados jornalistas de sites independentes dão conta de que o Instituto Quest direciona suas perguntas sempre no sentido de saber do entrevistado se tais medidas anunciadas causarem inflação e desemprego, se é positivo ou negativo e claro, a maioria das respostas são de negativo, entenderam ou precisa desenhar?
Fazendo frente aos crimes de desinformações intrínsecas nas perguntas afirmativas das bancadas do ódio, o ministro Fernando Haddad expõe que mesmo diante de uma composição desigual no Congresso Nacional onde dos 594 congressistas, cerca de mais de 470 são do núcleo dominado pelas bancadas da bala, da bíblia e dos bois, mesmo assim, reconhecem as justezas das medidas proposta pelo governo federal e este tem obtidos grandes vitórias nas duas casas.
Enquanto isso, indo na cartilha do sertanejo que reza que quando o mês chega à metade já chegou ao fim os julgamentos dos que conspiraram por mais um golpe de estado, com assassinatos do presidente da República, do vice-presidente e do presidente do TSE, ministro do STF, entraram em pauta neste dia 25 do mês da colheita e, justiça seja feita.
Os julgamentos que incluem o ex-presidente inelegível e militares graduados, principalmente, devem servir de exemplo sumário de que tutela militar sobre a democracia, é uma bactéria em extinção.
Nesta semana em que muitos comemoraram os 40 anos da Nova República como o canto dos cisnes da democracia para sempre, é dever de quem sabe que não foi bem assim, ter visto ou procurar ver, um significativo bate papo que contou com as participações do ex-presidente José Sarney e do ex-senador pelo Piauí Heráclito Fortes sobre todos os episódios que antecederam a eleição da chapa indireta Tancredo-Sarney e a posse consentida do vice-presidente, Sarney, no posto de presidente da República em 15 de março de 1985.
E o mês de março de 2025 há de se encerrar com Bolsonaro, Braga Neto, Mauro Cid, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e outros considerados réus por atos de golpismo e Carla Zambelli condenada por tentativa de assassinato em via pública.
Para que ninguém esqueça e para que não mais aconteça, a sociedade civil organizada deve assumir para valer e para sempre que o poder da república é civil e que militares não têm que dar palpites sobre o contexto da política para não receberem punições exemplares.
No momento, a responsabilidade do Partido dos Trabalhadores se agiganta por estar frente ao processo mais educativo da política brasileira, o exemplar Processo de Eleição Direta, PED, que exige de suas representações, direções e da militância um esforço concentrado na prioridade do partido, como educador e educando.

* Rômulo Rodrigues, sindicalista aposentado, é militante político