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Auxílio eleitoreiro


Publicado em 10 de agosto de 2021
Por Jornal Do Dia


 

Com a popularidade em queda, o presidente Jair 
Bolsonaro resolveu mudar o rumo do próprio 
governo. Na ponta da língua, prevalece ainda a preocupação com os gastos públicos, subordinada à cartilha surrada do liberalismo. A pose é de austeridade. Na prática, contudo, o ministro Paulo Guedes foi colocado de escanteio. Bolsonaro gasta como um perdulário, a fim de tentar alavancar o projeto de sua reeleição.
Ontem, o presidente foi até Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, aliado de última hora, com dois projetos embaixo do braço. Num, trata da confusão dos precatórios, com a redação controversa de praxe. No segundo, extingue o Bolsa Família e cria o Auxílio Brasil, em aceno aos mais pobres. 
Bolsonaro, imperativo lembrar, é justamente quem fez de tudo para dificultar o pagamento do auxílio emergencial no auge da crise agravada pela pandemia e reduziu o valor do benefício até o limite da esmola, da indignidade. Bolsonaro, justamente o presidente que se nega a discutir a tributação das grandes fortunas a fim de reduzir a desigualdade. Bolsonaro, ele mesmo, para quem os direitos dos trabalhadores são incompatíveis com a geração de empregos.
O Bolsa Família sempre foi atacado por conservadores reacionários da estirpe de Bolsonaro sob a alegação de perpetuar a mendicância. A distribuição de renda era entendida como mero assistencialismo, um desperdício de recursos públicos, mera cartada eleitoreira. Pois bem, em campanha antecipada, o presidente, eleito pela bruta flor da meritocracia, revela súbita preocupação pelos deserdados da sorte. Mais explícito, impossível.

Com a popularidade em queda, o presidente Jair  Bolsonaro resolveu mudar o rumo do próprio  governo. Na ponta da língua, prevalece ainda a preocupação com os gastos públicos, subordinada à cartilha surrada do liberalismo. A pose é de austeridade. Na prática, contudo, o ministro Paulo Guedes foi colocado de escanteio. Bolsonaro gasta como um perdulário, a fim de tentar alavancar o projeto de sua reeleição.
Ontem, o presidente foi até Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, aliado de última hora, com dois projetos embaixo do braço. Num, trata da confusão dos precatórios, com a redação controversa de praxe. No segundo, extingue o Bolsa Família e cria o Auxílio Brasil, em aceno aos mais pobres. 
Bolsonaro, imperativo lembrar, é justamente quem fez de tudo para dificultar o pagamento do auxílio emergencial no auge da crise agravada pela pandemia e reduziu o valor do benefício até o limite da esmola, da indignidade. Bolsonaro, justamente o presidente que se nega a discutir a tributação das grandes fortunas a fim de reduzir a desigualdade. Bolsonaro, ele mesmo, para quem os direitos dos trabalhadores são incompatíveis com a geração de empregos.
O Bolsa Família sempre foi atacado por conservadores reacionários da estirpe de Bolsonaro sob a alegação de perpetuar a mendicância. A distribuição de renda era entendida como mero assistencialismo, um desperdício de recursos públicos, mera cartada eleitoreira. Pois bem, em campanha antecipada, o presidente, eleito pela bruta flor da meritocracia, revela súbita preocupação pelos deserdados da sorte. Mais explícito, impossível.

 

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