Auxílio ou esmola?
Publicado em 19 de março de 2021
Por Jornal Do Dia
O auxílio emergencial providenciado pelo go- verno federal, a fim de minimizar os apuros financeiros enfrentados pela população e, de quebra, levantar a moral do presidente Bolsonaro, tende a render pouco, nas duas frentes. Com parcelas reduzidas e a distribuição de valores francamente mesquinhos, o benefício ganhou ares de esmola.
O presidente já assinou a Medida Provisória que cria o novo auxílio emergencial, destinado a trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família. O auxílio emergencial 2021 será pago a partir de abril, em quatro parcelas, com valores de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, dependendo da família. Serão beneficiadas 45,6 milhões de pessoas, 22,6 milhões a menos do que no auxílio emergencial de R$ 600, pago em meados do ano passado.
Embora se diga solidários aos empresários brasileiros, Bolsonaro é o principal entrave à retomada da atividade econômica. Tivesse promovido uma política nacional de enfrentamento à pandemia, proibindo aglomerações, incentivando o uso de máscaras, entre outras medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, o presidente teria colaborado para dar fim às restrições hoje incontornáveis à atividade comercial. A sua postura negacionista empurrou o País para o abismo.
Também ontem, André Brandão, presidente do Banco do Brasil, renunciou ao cargo. Durou ainda menos que o seu antecessor, que pediu as contas em setembro de 2020, sob a alegação de "não se adaptar à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília".
Os fatos falam por si mesmos. Sob Bolsonaro, a cúpula do poder, assim como a economia, é ambiente carente de previsibilidade, instável.