A casa foi quase que totalmente destruída (Reprodução/TV Sergipe)
Avanço do mar destrói mais uma casa na Praia do Saco
Publicado em 21 de setembro de 2024
Por Jornal Do Dia Se
Pontuais 30 dias após o JORNAL DO DIA ter destacado o avanço do mar na Praia do Saco, município de Estância, e gerado impacto à área verde de uma casa de veraneio, na manhã de ontem a força da natureza destruiu uma parte significativa do imóvel interditado pela Defesa Civil Municipal. Imagens capturadas por moradores da região mostram o exato momento em que compartimentos da casa entram em colapso; também pelos contribuintes nativos, em agosto foi enaltecido ao JD que entre os anos de 2012 e o primeiro semestre de 2024, o mar avançou cerca de 800 metros, gerando destruição integral de dezenas de casas e pontos comerciais.
Em meio ao cenário de perdas patrimoniais existe um impasse entre proprietários destas residências, o poder público e defensores do meio ambiente. Enquanto o Ministério Público Federal (MPF) segue impondo restrições aos imóveis irregulares na Praia do Saco – sobretudo com o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) -, detentores das casas buscam há mais de dez anos a liberação destes órgãos de proteção ambiental para que barreiras de contenção sejam montadas com recursos próprios. A inviabilidade dessas construções acontece por se tratar de um ambiente de restinga, com dunas de médio e grande porte, com vegetação fixadora e típica de mangue, considerada de preservação permanente.
No mês de julho de 2017 um relatório constatou que na região foram construídos bares e casas destinadas a veraneio, com aterramento e esgotamento de dejetos diretamente no solo, contaminando o lençol freático. Paralelo a este fato, as construções irregulares impediam de forma parcial o acesso público à praia. Impediam. Isso porque sete anos e dois meses depois, muitos destes bares e residências foram destruídas pela força das ondas e gradativo avanço em definitivo da maré. Na tentativa de minimizar e controlar este avanço, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas (Semac) informou que está desenvolvendo um plano de ação, juntamente com a Procuradoria-geral do Estado, para reduzir o conjunto de danos. (MAJ)