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Ave, Bergman!


Publicado em 11 de março de 2022
Por Jornal Do Dia Se


Sobre filmes e filmes.

Escrito e dirigido pela francesa Mia Hansen-Løve, ‘A ilha de Bergman’ é uma declaração de amor ao cinema e ao diretor sueco. O filme foi rodado na ilha de Fårö, no Mar Báltico, próxima à Suécia, onde Bergman se estabeleceu até sua morte, em 2007, e que serviu de cenário para alguns de seus longas.
“Existem duas Fårö: aquela dos filmes de Bergman e aquela que você descobre quando chega lá. Se a Fårö que a gente descobre fosse exatamente igual àquela dos filmes dele, eu provavelmente não encontraria um espaço para mim mesma. Fårö sempre terá a presença dele. E como existem essas duas variações, se tornou muito empolgante para mim”, já disse a cineasta, em entrevista.
No filme, um casal de cineastas, Chris (Vicky Krieps) e Tony (Tim Roth), viaja à ilha, onde ele participará de alguns eventos, enquanto ela tenta superar uma crise criativa e escrever um novo roteiro. Na medida em que o tempo passa, a fantasia e a realidade se confunde.
Visitando ruínas das filmagens de Bergman, a jovem diretora conhece pessoas e passa a imaginar um filme sobre uma jovem (Mia Wasikowska), em Fårö, para uma cerimônia de casamento, acaba vivendo um reencontro complicado com ex-namorado (Anders Danielsen Lie), com quem acaba se envolvendo novamente.
A diretora conta que, por causa da agenda do elenco, teve de filmar a segunda parte do longa, o filme dentro do filme, primeiro, e isso acabou sendo estranho, mas bastante proveitoso. “As imagens e a parte do longa já editada me ajudaram a pensar como seria a metade anterior. Como houve um intervalo longo entre as duas filmagens, acabei tendo mais tempo para maturar como queria fazer. Porém, a estrutura das cenas continuou a mesma”.
Filmando numa língua que não é sua, inglês, Hansen-Løve conta que deu mais liberdade aos atores e atrizes para trabalhar as falas. “Nunca confiei tanto no elenco como nesse filme, e eles me ajudaram muito com os diálogos. Tanto Vicky quanto Tim se apropriaram das falas, mudaram coisas para soarem mais naturais, como um americano diria. Como não falo inglês tão bem quanto eles, tinha que confiar neles em se tratando da língua, e eu adorei isso: dar liberdade”.
A diretora também confessa que a maneira como faz seus filmes é bastante intuitiva. “Eu escrevo um filme, e vejo depois o que significa. Claro que o sentido está ali, desde o começo. Tenho ideias que sei que serão usadas num filme aqui e ali, mas, inicialmente, quando escrevo, são uma série de impressões e ideias conectadas umas com as outras. Eu procuro um certo fluxo e fluidez. E isso não é sempre racional ou consciente. O sentido e o motivo do que estou fazendo – a intenção geral – é algo que percebo mais tarde, quando analiso e converso sobre o material.”
Desde sua estreia mundial, na competição do Festival de Cannes, ano passado, ‘A ilha de Bergman’ só tem recebido elogios. “O filme é um jogo de cinefilia feito com muita sinceridade e inteligência”, escreve Owen Gleiberman, na Variety. “O filme é uma ode à liberdade da artista mulher que deve buscar inspiração e substância onde ela quiser”, conclui Jon Frosch, da Hollywood Reporter.
‘A ilha de Bergman’ é exibido hoje pelo Cine Vitória, localizado na Rua do Turista, Centro de Aracaju, às 17 horas.

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